Lemos a Bíblia, admiramos suas tramas perfeitas e nos maravilhamos com a presença inconfundível do Deus Eu Sou agindo sempre de maneira extraordinária. Sua pontualidade inequívoca causa-nos perplexidade.
Abriu o mar na hora exata, quando o povo de Israel já enxergava o inimigo com dimensões gigantescas.
A pedra que atingiu Golias o abateu no momento exato em que partia furioso em direção ao pequeno pastor de ovelhas. E se Davi errasse o alvo? Haveria tempo para um segundo arremesso? O fogo desceu dos céus de forma pontual, na hora exata em que o profeta Elias o invocava. Mais tarde, o profeta suplicou por chuva e, no momento certo, Deus abriu as comportas do céu.
No tempo de Deus o profeta Eliseu chegou à casa da viúva e lhe multiplicou o azeite, na hora em que ela se via afligida por uma angustiante necessidade.
Somente na sétima vez que mergulhou no Jordão foi que Naamã se viu livre e limpo do seu mal.
As muralhas de Jericó só vieram abaixo no sétimo dia, na sétima volta, no “chronos” intrigante de Deus. E esse mesmo Deus, em questão de segundos, não permitiu que Abraão imolasse o próprio filho.
Tempo de Deus. Quantas dúvidas invadem nosso coração quando o assunto é esse. E como é difícil nos submetermos a ele! Nossas pernas insistem em correr, nossos braços teimam em lutar, nossa mente se recusa a descansar, nosso coração se debate e convulsiona em crises profundas, solitárias e confusas.
Deus! Aquieta-nos! Mais que isso, Senhor, transforma-nos.
Dá-nos pernas que se movimentem em passos ligeiros ao encontro do Senhor e da tua doce presença. Controla nossa mente e inunda-a com tuas promessas, teus feitos, teu caráter irrepreensível. Dá-nos coração sensível e confiante, moldado pelo fogo ardente do teu amor sacrifical, amor que já ardia por nós quando nem ao menos existíamos.
Refrigera nossa alma com teu descanso incomparável. Socorre-nos em nossa fragilidade e ajuda-nos a esperar pela tua provisão, que, como o maná, vem sempre no tempo apropriado.
Ajuda-nos a crer que continuas o mesmo, agindo sempre no tempo certo, sem nunca se atrasar, mesmo quando nossos olhos enxergam uma realidade que parece contradizer essa verdade.
Quatro dias! Todos já achavam que cheirava mal. Porém esse era o teu tempo para exaltar teu próprio nome por meio da ressurreição de Lázaro e, assim, realizar obra infinitamente maior. Quantas vezes achamos que existem coisas que já estão apodrecendo por descuido de tua parte, Pai! Por um atraso imperdoável dos céus! Que vergonha! Ajuda-nos a crer e, assim, veremos a glória de Deus!
Como nosso coração impetuoso precisa de ti! Aquieta-nos no tempo da incerteza. Leva todo medo. Ensina-nos a descansar na paz da tua vontade perfeita.
Aviva nossa alma. Renova nossa esperança. Conduze-nos, ou melhor, carrega-nos amorosamente pelo caminho desafiante da dependência incondicional.
Assim, em meio a lutas, nossos lábios declararão: “Quanto a nós, nossos olhos estão fitos em ti. Nossas vidas em tuas mãos”.
Confiados nessa inquestionável certeza, podemos dizer que tudo vai bem -- excedendo todo entendimento, misteriosamente bem. Pois o teu relógio continua pontual e teus planos de amor caminham exatamente dentro do cronograma arquitetado para o louvor de tua glória e para nosso crescimento.
Dessa forma, nossa alma não se abaterá, nem se perturbará, mas tão-somente esperará em ti.
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Edleia M. Lopes Rodrigues, casada, três filhos, é mestre em linguística e graduada pelo Instituto Haggai Internacional. É professora e palestrante.
Extraído da Revista Ultimato - Edição 326
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