Qualquer espera é dolorosa. A
espera de um dia, a espera de sete dias, a espera de vinte anos... Quanto mais
a espera de dois milênios!
Saul teve que esperar sete dias
para se encontrar outra vez com Samuel para ser por ele devidamente orientado
(1 Sm 10.8). Isaque e Rebeca esperaram 20 anos para se tornarem pais dos gêmeos
Esaú e Jacó (Gn 25.19-26). Abraão e Sara esperaram 25 anos para se tornarem
pais de Isaque (Gn 12.4; 20.5). O povo de Israel esperou 70 anos para regressar
à sua própria terra, depois do cativeiro babilônico (Jr 29.10). Entre a
profecia de Isaías a respeito de um menino cujo nome seria Conselheiro,
Maravilhoso, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz (Is 9.5) e o
nascimento de Jesus, a espera foi de no mínimo sete séculos.
Todavia, a plenitude da espera é
a espera do Noivo. A espera começou no dia da ascensão de Jesus, quando dois
homens vestidos de branco prometeram à igreja primitiva: “Este mesmo Jesus, que
dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir” (At
1.9-11). Essa espera já dura dois milênios, ou 20 séculos, ou 730 mil dias, ou
17 milhões e meio de horas. É uma espera extenuante. Até agora nenhum vigia deu
o grito mais esperado da História: “O noivo se aproxima! Saiam para
encontrá-lo!” (Mt 25.6).
Enquanto alguns já desistiram de
esperar e dão outras interpretações à promessa dos dois homens vestidos de
branco, muitos agarram-se cada vez mais a esta esperança e evitam reclamar por
tão longa demora. Os pastores do rebanho aflito dizem: “A noite está quase
acabando; o dia logo vem” (Rm 12.12). Há aqueles que justificam a plenitude da
demora dizendo que ela é útil para alcançar também os retardatários, os que
ainda estão ouvindo a mensagem e se apossando da bendita esperança (2 Pe 3.9).
Nessa espera, a noiva, que é a
igreja, come do pão e bebe do vinho, e ouve vez após vez o oficiante da Ceia do
Senhor repetir: — Façam isto “até que Ele venha” (1 Co 11.26).
Extraído de: Revista Ultimato –
Edição 258
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