PALAVRAS DE VIDA:

"Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros!." 1 Pedro 4:10

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Porque usamos a NVI, mesmo com tantas críticas?


Assim que foi lançada, em 2000, a NVI sofreu dezenas de ataques por parte dos evangélicos brasileiros, que alegavam que ela era "fraudulenta" e possuía erros gritantes. Mas estranhamente, tais críticas surgiam muito rápidamente após o seu lançamento. Pensamos que os adoradores da João Almeida foram com tanta sede ao pote que após a sua leitura (duvidamos que tenham lido direito), já foram criando teorias mirabolantes para desacreditar a NVI. Pensamos também que tais críticas sejam pura balela da Sociedade Bíblica do Brasil, detentora dos direitos da JFDA, justamente por medo de perder mercado, o que já vem acontecendo em uma escala grande.
Porém os defensores da João Almeida, que atacam frenéticamente a NVI, na sua quase que totalidade, não conhecem a história desta bíblia (JFDA), a qual, traduzida por um único homem, feita às escondidas e baseando-se em textos considerados como fraudulentos. Fora que é uma bíblia que não passou por nenhuma mudança devido as novas descobertas arqueológicas, normas linguíticas e uma variedade de outros ítens. As poucas atualizações ocorreram na versão de 1994, porém ela continuou com a mesma base, a JFDA do século XVII.
O fato da NVI buscar uma linguagem mais "moderna", não tira seus créditos e, em relação às suas diferenças junto a JFDA, não fazem a mínima diferença na doutrina cristã. Em nenhum momento a NVI tira a autoridade de outras versões e manuscritos, pelo contrário, ela apenas utiliza da melhor forma o português brasileiro para traduzir os manuscritos diretamente dos originais grego, aramaico e hebraico. Diferente da JFDA, que, na sua tradução, utilizou-se, além de textos fraudulentos, de manuscritos em línguas européias, como a espanhola e italiana, com um arcaísmo exagerado.
Outro problema é que os adoradores da João Almeida não gostam da NVI justamente ao tipo de liguagem usada nela. A NVI eliminou o arcaísmo que a JFDA tem, facilitando a leitura e entendimento das Escrituras. Esse "remelexo" dos evangélicos nos lembra muito o "remelexo" dos católicos quando John Wicliff traduziu a bíblia para o Inglês, lá pelo século XIII (primeira bíblia da idade média em outra lingua além do Latin). Ou seja, os evangélicos conservadores não querem que o arcaísmo seja substituído, como se ele fosse a verdadeira língua das Escrituras, igualmente à ICAR quando Wicliff traduziu para o Inglês.
Cabe lembrar que praticamente todas as versões lançadas sofreram represálias como as que a NVI sofreu. A própria João Ferreira de Almeida, de 1995, foi uma delas, a qual sabemos que deu mais polêmica do que a própria NVI. Isso aconteceu com várias versões. King James, Westcott/Hort, Bíblia da Linguagem de Hoje, entre outras.

Como resposta, a SBB - Sociedade Blíblica do Brasil, lançou uma nova versão na BLH - Bíblia da Linguagem de Hoje, entitulada NTLH - Nova Tradução da Linguagem de Hoje, no mesmo ano de lançamento da NVI.

Fonte: http://www.dc.golgota.org/nvi/nvi.html 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Mantendo as lâmpadas acesas.

Texto: Mateus 6.19-24

Título: Mantendo as lâmpadas acesas.

Introdução:
Você conhece alguma pessoa que você considera feliz reclamando da vida ou falando mal do seu trabalho, da sua igreja, vizinhança ou família?
As formas como nos referimos às pessoas, instituições e coisas que nos cercam estão diretamente ligados à forma como olhamos para elas e isso influencia nosso comportamento e emoções.
Pessoas felizes têm olhos bons para as pessoas, coisas e circunstâncias. Pessoas infelizes têm olhos maus para as pessoas, coisas e circunstâncias.
Nesta mensagem vamos constatar essa realidade a partir do ensino de nosso Senhor e Salvador, Jesus, em determinado ponto do seu sermão da montanha.

Elucidação textual:
Neste pequeno texto Jesus está explicando aos seus discípulos o sentido do verdadeiro cristianismo, entre algumas críticas dirigidas aos fariseus e doutores da Lei.

No texto de Mateus Jesus está aconselhando os seus discípulos a não buscarem riquezas terrenas como meta de vida, pois aquilo que se constitui nossa meta (tesouro) é o que guiará o nosso coração. Logo após Sua explicação sobre a forma como se deve olhar para a vida, o Senhor adverte-nos contra a ansiedade doentia pelo amanhã.

Já no texto de Lucas (11.29-12.3) o discurso do Senhor aparece em meio a uma critica aos judeus que queriam ver milagres como sinal da presença de Deus e o Senhor afirma que Ele mesmo é o sinal de Deus para a nossa geração. Portanto, o foco não deveria estar nos milagres de Jesus, mas no próprio Jesus. Em seguida o Senhor repreende os fariseus e doutores da Lei por sua observância rigorosa de costumes religiosos e o desprezo dos princípios eternos de Deus (juízo e amor).
A partir daí o Senhor ensina sobre a perspectiva correta que os seus discípulos devemos possuir, e o estudo de certas palavras deste texto podem nos ajudar em muito. Vejamos.

Bom, do grego Haplous (singular, simples, sadio, perfeito). Luz, do grego Phos (brilhar ou tornar manifesto).- aplicado também no sentido do verdadeiro conhecimento de Deus e das coisas espirituais, a piedade cristã (Mt 4.16; Jo 3.19; 8.12; At. 26.18,23; Rm 13.12). Consequentemente, os fieis são chamados filhos da luz. Trevas, do grego skotos (escuridão, obscuridade - tanto espiritual quanto física).

E com base nessa advertência do Senhor que vamos meditar na sua palavra hoje. Que o Senhor nos abençoe.

Verdade teológica: O foco de nossa visão da vida define se o que há em nós é luz ou trevas.

Sentença interrogativa: Como saber o que significa ter os olhos bons ou olhos ruins?

Sentença de transição: A partir do ensino de Jesus neste texto podemos definir olhos bons ou ruins com base naquilo que determina o alvo de nossos esforços, o objeto de nossa devoção e os reflexos emocionais de nosso ser.

I - Somos definidos por Jesus como tendo olhos bons ou maus pelo alvo dos nossos esforços (vv. 19-21)
1)    Olhos maus (doentes) se esforçam pelas coisas desse mundo (v.19).
a)    Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu. Apocalipse 3:17
b)    A igreja de Laodiceia tributava a si o mérito de ter obtido riquezas por seus esforços e confiava nessas riquezas e não no Senhor Jesus, por isso recebeu essa palavra de repreensão e alerta para corrigir sua postura diante de tal situação antes que viesse o juízo.
2)    Olhos bons (sadios) se esforçam pelas coisas do céu (v.20).
a)    Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas.  Colossenses 3:1-2
3)    Olhos bons ou maus sempre terão sua atenção voltada para aquilo que mais valorizam (seu tesouro-v.21).

II - Somos definidos por Jesus como tendo olhos bons ou maus pelo objeto de nossa devoção (v.24)
1)    Olhos doentes não conseguem focar sua visão em um único alvo - O Senhor não está falando aqui para ímpios, mas para discípulos que estavam com o coração dividido entre Jesus e os benefícios desta terra. Por isso Ele alerta sobre a impossibilidade de servir a dois senhores.
2)    Olhos bons entendem que não há nada de errado em se obter riquezas de forma legitima, o erro está em colocar o nosso coração nestas riquezas, títulos, fama, reconhecimento ou qualquer outra coisa desta vida.
a)    Quem confia em suas riquezas certamente cairá, mas os justos florescerão como a folhagem verdejante. Provérbios  11.28
3)    Aquele que nos domina e obtém a maior parte de nosso tempo e dinheiro é o nosso Deus.
a)    "o homem é escravo daquilo que o domina". 2 Pedro 2:19c

III - Somos definidos por Jesus como tendo olhos bons ou maus pelos reflexos emocionais do nosso ser (vv.25-34).
1)    Olhos doentes são dominados pela ansiedade - Senhor Jesus nos exorta a não nos deixarmos dominar pela ansiedade, pois ela configura falta de fé própria dos pagãos (vv.25-32).
2)    Olhos bons se empenham em promover o Reino de Deus e a sua justiça, poistêm certeza de que Ele suprirá as nossas necessidades (vv.33,34).
a)    Buscar o Reino e a sua justiça significa buscar a salvação mediante a justificação em Jesus - tanto em seu aspecto passado, quanto presente e futuro. Isto quer dizer, como explica muito bem o pastor John Stott, que fomos salvos uma vez por todas quando cremos no sacrifício de Jesus na Cruz (Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Lugar Santíssimo de uma vez por todas, e obteve eterna redenção. -Hebreus 9:12). Estamos sendo salvos na medida em que desenvolvemos o caráter de Cristo em nós (pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas. - 1Pedro 1:9) e seremos salvos no grande dia, quando o Senhor vier nos buscar e formos transformados para sempre em um corpo incorruptível (Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! - Romanos 5:10).
b)    Viver ansiosamente acerca do futuro significa que não estamos dispostos a confiar no Senhor para guiar a nossa vida. Isso é pecado de incredulidade e é extremamente difícil para a natureza humana. Somente mediante uma vida de comunhão com o Eterno conseguiremos viver nesse nível de espiritualidade.
3)    Nós estamos olhando confiantemente para Jesus ou apavoradamente para os nossos problemas?

Conclusão:
Como temos olhado para a vida e as circunstancias que nos cercam? Se procuramos problemas na Igreja, no trabalho, nas amizades ou qualquer outra coisa, certamente encontraremos. Mas se procurarmos a benção de Deus nessas coisas também encontraremos. Tudo depende da forma como olhamos...
Como você tem olhado para a vida?
Sonde o seu coração, responda para si e para o Senhor com sinceridade em como anda o seu olhar e tome uma atitude diante das suas constatações.

Deus te abençoe.

domingo, 10 de novembro de 2013

A igreja que agrada a Deus é aquela também, que dá sinal de maturidade com relação aos seus líderes.

Texto: Hebreus 13: 7,17    

7 - Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.         
17 - Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.     

1) Introdução: O capítulo 13 da epístola aos Hebreus se divide nas seguintes partes: 
1.a. Os deveres sociais – dos versículos 1 ao 6.           
1.b. Os deveres espirituais – dos versículos 7 ao 17  
1.c. Recomendação pessoal ou recomendação quanto ao autor da epístola – dos versículos 18 ao 24.            

Gostaria de expor o primeiro e o último versículo dos deveres espirituais, que aparentemente tem o mesmo sentido.      

Primeiro, gostaria de pontuar duas posições quanto ás igrejas:     
a) Existem igrejas que são igrejas, que de fato as são, que tem seus ajuntamentos como igreja e não agradam a Deus. Ora se temos igrejas que não agradam, por certo temos igrejas que o agradam. Basta olhar para igreja de Coríntios. Paulo começa sua 1ª epístola a esta igreja reconhecendo que aquela igreja era igreja de Deus, que eram santificados por Cristo Jesus, chamados para serem santos como todos os que em todo lugar invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo, mas uma evidência que o próprio texto bíblico deixa explicito é que no que tangiam as reuniões por exemplo da ceia do Senhor, Paulo não os louvavam, porque não se ajuntavam para melhor se não para pior - 1 Coríntios 11:17-19 Pois é necessário que haja divergências (NVI), ((heresias (Almeida Corrigida), facções (JFA)) entre vocês, para que sejam conhecidos quais entre vocês são aprovados).      

b) Do mesmo modo que há líderes desonestos, que não pregam o evangelho, que cultuam a si mesmo e levam o povo a cultuá-los, também há os que verdadeiramente cultuam a Deus e pregam a palavra da verdade.         

A maturidade do cristão e da igreja está diretamente ligada ao reconhecimento e obediência às ordenanças de Deus. “Façais no Senhor, pelo Senhor”. Por isso este destaque.         
Quero falar nesta noite, sobre liderança cristã. Deus quem estabeleceu líderes na igreja, desde à organização de Israel, quando Deus estabelece Moisés como líder da nação, no levantamento e nomeação de homens de cada tribo para ajuda-lo nas questões do povo, hierarquicamente organizado, e no decorrer de toda história de Israel.            
Na igreja primitiva não foi diferente:        

a) Matias é levantado apóstolo no lugar de Judas – Atos 1: 12-26;  
b) Pedro é o primeiro líder da igreja;        
c) Foram instituídos diáconos na igreja – Atos 6: 1-7 
d) Na igreja são levantados presbíteros  
e) Paulo consagra Timóteo e dá ordens a ele que levante presbíteros pelas cidades em suas igrejas. 
f) Paulo mesmo faz uma reunião com todos os líderes de Éfeso quando se despede deles, quanto sua ida para Jerusalém.             

A questão da liderança da igreja está ligada a organização, a representação, orientação e governo. 
A economia de Deus funciona assim. Esta relação não tem nada haver com privilégios, mas tem com reconhecimento, não com hierarquia, mas com funcionalidade, não com destaque, mas sim com serviço            . 
A igreja é quem é responsável pela manutenção deste ministério, pois o ministério é da igreja, mas a vocação é do líder.   
A igreja deve facilitar o trabalho do líder cooperando com ele para que isso seja de proveito a todos. 
A igreja local é uma comunidade onde todos ganham ou todos perdem. É corporativa no sentido da mutualidade, da comunhão e da relação.        
O líder, especificamente o pastor, é quem conduz o rebanho pela mão de Deus, por isso é necessário que o rebanho, seja facilmente conduzido quando orientados pela Palavra de Deus.

2) Exposição do Texto         

2.1 - Hebreus 13: 7 - Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.        

"Obedecer" constantemente tendendo à palavra pregada por eles, e obedecendo a ele, por recebê-lo com fé e amor, como parece agradável para as Escrituras, para um comportamento contrário é pernicioso para as almas, e muito se ressentia por Deus, e por estar presente, e juntando-se com eles nas ordenanças de Cristo, administrado por eles, e por sobre as suas advertências e conselhos:      
A questão principal deste versículo esta em obedecer a palavra de Deus que este pastor prega. A obediência está na palavra.        
Nós devemos sustentar os líderes com oração e observância à Palavra que eles pregam. 
Quando o versículo termina dizendo que devemos considerar o fim da sua vida e para imitarmos a fé que tiveram, ela está dizendo para imitarmos o modo como eles se apoiavam na Palavra e criam nela.             
Sabemos disso quando o pastor prega a verdade, e a verdade muitas vezes não é para que nós gostemos, pois ela não amacia a carne, antes confronta, exorta e consola.          
Precisamos pedir ao Senhor que conduza a vida dos pastores e líderes pelos seguintes motivos: 

2.1.1 - O verdadeiro pastor da Igreja prega a Cristo e desta maneira leva aos homens a Cristo; não chama a atenção sobre si mesmo, e sim sobre a pessoa de Jesus Cristo. Leslie Weatherhead narra-nos a história de um menino da escola pública que decidiu entrar no ministério. Foi-lhe perguntado quando tinha assumido essa decisão. Respondeu que por ouvir um sermão na capital da escola. Interrogaram-lhe pelo nome do pregador, mas repôs que não o lembrava; a única coisa que sabia era que esse pregador lhe tinha mostrado a 
Jesus. O dever do verdadeiro pregador é desaparecer para que Cristo apareça diante dos homens. 

2.1.2 - O verdadeiro pastor da Igreja vive em fé e por isso leva os homens a Cristo. O santo foi definido como "o homem em quem Cristo vive de novo". O dever do verdadeiro pregador não é tanto falar com os homens sobre Cristo como mostrar a Cristo em sua própria vida, obra e ser. Os homens não aceitam tanto o que o homem diz quanto o que é. Sua vida não é uma argumentação verbal, mas sim uma demonstração vivente.      

2.1.3 - O verdadeiro pastor morre se for necessário, permanecendo fiel. Mostra aos homens como viver e no final como morrer. Demonstra uma lealdade que não tem limites. Jesus tendo amado aos seus os amou até o fim. O verdadeiro condutor tendo amado a Jesus o amava até o fim. Sua lealdade jamais detém-se a metade de caminho. 

2.1.4 - Por isso o verdadeiro condutor deixa dois patrimônios aos que o seguem: Aquilo que prega e naquilo que crê. Se houver alguma coisa mais importante que qualquer outra é que a Igreja e o mundo necessitam sempre de uma condução desta classe. Está na natureza das coisas que todos os condutores terrestres surjam e passem; têm seu tempo e guiam a sua geração, logo se retiram da cena; têm sua parte no drama da vida e logo desce o pano de fundo. Pelo contrário, Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Sua preeminência é permanente; sua liderança é eterna. E nisto reside o segredo da liderança terrena. O verdadeiro condutor é aquele que é ele próprio conduzido por Jesus Cristo.             
A maior alegria do condutor de uma comunidade cristã é ver que aqueles aos quais conduz estão firmados no caminho cristão. Como escrevia João: “Não tenho maior alegria do que esta a de ouvir que meus filhos andam na verdade.” (3 João 4).      

2.2 - Hebreus 13: 17 - Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo;. 
Este texto a primeira vista, dá autoridade ao pastor, mas quero trabalhar o sentido original do texto: 

2.2.1 – O sentido original de obedecer é: “permitam-se ser persuadidos ou convencidos”, ou seja, “Estejam abertos para a persuasão de seus líderes”.   
A igreja de Cristo é um reino, e ele é o Rei nele; pastores de igrejas são governadores subordinados; que presidem bem, quando não exclui de forma arbitrária, de acordo com suas próprias vontades, mas de acordo com as leis de Cristo. Ora se pregam o que vem de Cristo, resistir o que pregam é resistir à própria palavra de Cristo, senão o próprio Cristo. 

2.2.2 – O sentido original de submisso é sujeitar-se: a ideia não é “entregar-se”, mas “estar disposto a ceder”.            

2.2.3 - pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.           
A autoridade do líder nesta perspectiva, não é vista como sendo um direito de controle, mas como o direito de influenciar as escolhas dos irmãos e das irmãs, sobre quem o líder mantem vigilância. 

2.2.4 – “porque isto não aproveita a vós outros” – Se o trabalho do líder não for facilitado por toda a congregação, cedendo a influencia e deixando se influenciar, sabendo que o que lhe é pregado vem do próprio Deus, a congregação se torna imatura e todo o trabalho de todos não traz nenhum resultado que glorifica a Deus.           

3) Aplicação            

3.1. Não é o mundo quem dita o conceito de liderança que temos na igreja, é a Palavra de Deus; 

3.2. A credibilidade de um líder não pode ser afetada pelos testemunhos que um mau líder dá, antes a congregação deve defender a reputação do seu pastor;      

3.3. Liderança na igreja de Cristo, aquela de fato agrada a Deus, não é levantada pelo bel prazer do povo e nem para que o pastor aparece, antes é levantada para que Cristo seja glorificado e nome de Deus exaltado.       

4) Conclusão          

O sucesso de uma igreja está em ter a perfeita conexão entre pastores e ovelhas. 
A igreja que agrada a Deus tem pastores que pregam a palavra com fidelidade única e exclusivamente a ela. Não há negociação, não há dois caminhos: Cristo só exaltado quando as Escrituras são expostas com fidelidade. Não com intenção de agradar a homens, a exaltar pessoas. 
Cristo se manifesta hoje no meu da igreja, principalmente por meio da palavra revelada e pregada ao povo.   
Portanto, estejam convencidos pelo Espírito Santo, que ser obediente, sujeitos a palavra de Deus, permitindo serem persuadidos pela palavra da verdade é um dos sinais de uma igreja que agrada a Cristo, que carrega o seu nome.   
A tarefa principal de um pastor é pregar, ou seja, alimentar o rebanho pela pregação diligente da palavra – Pensamento Puritano “Eles sustentam que a posição e a autoridade suprema do pastor é pregar o evangelho solene e publicamente à congregação, interpretando a Palavra escrita de Deus, aplicando-a pela exortação e pela repreensão a eles. Eles sustentam que este foi o maior trabalho que Cristo e seus apóstolos fizeram” William Bradshaw – Sobre a pregação puritana. 
Que o Senhor nos ajude pelo seu Espírito, a compreender o mistério da obediência, e que por ela, Cristo seja exaltado e Deus glorificado por meio da sua igreja a qual, Ele mesmo se entregou por ela, para que ela fosse sem mácula e sem ruga, onde a terra pudesse ver a expressão do seu Reino. 
Que Deus nos abençoe!

Mensagem pregada pelo pastor Claudio H. Duarte em 03 de novembro de 2013 na Igreja Congregacional do Conforto. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Uma breve reflexão histórica de nossa nascimento

Em 19 de agosto de 1855, a missionária Sarah Kalley, esposa do pastor Robert Kalley, iniciava o primeiro trabalho de evangelização em língua portuguesa no Brasil. Esta santa serva do Senhor ministrou uma aula de Escola Bíblica para uma classe de cinco crianças, cujo tema era: "Jonas, o Profeta fujão". A partir daí deu-se início os trabalhos de evangelização desse santo casal, que culminaram com a formação da primeira Igreja Evangélica do Brasil, a Igreja Congregacional de Petrópolis, hoje conhecida como Igreja Fluminense.
Esse casal abençoado e os convertidos que a eles se juntaram enfrentaram muitas lutas e oposição severa por parte do clero romano. Seus mortos eram enterrados como indigentes, porque a Igreja de Roma administrava os cemitérios e não permitia que protestantes fossem sepultados neles com um ofício fúnebre digno. Eles suportaram xingamentos, apedrejamento do templo, perseguições das mais diversas formas; mas permaneceram firmes e, por isso, outras Igrejas puderam chegar ao Brasil, e nós, Congregacionais (representados hoje por cerca de 13 alianças, uniões, convenções ou campos distintos) estamos celebrando 158 anos de fundação dessa maravilhosa denominação, que amamos e honramos, porque verdadeiros heróis da fé suportaram as mais diversas tribulações, com a ajuda de Deus, para que estivéssemos hoje nos alegrando diante do Senhor.
Seja glorificado o Deus de toda terra!
Eu amo o meu Deus acima de todas as coisas e amo a IGREJA CONGREGACIONAL, que me ensinou praticamente tudo o que sei sobre o meu Salvador.
Uma Igreja que nasceu da Escola Bíblica Dominical porque era, é e será, até a volta de Jesus, uma denominação fundamentada na Eterna Palavra de Deus.
Ioséias Carvalho Teixeira, pastor por graça e misericórdia do Altíssimo.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Quebrantamento, o caminho para o coraçao de Deus

Às vezes somos derrotados por nós mesmos!

 Nossa carne nos engana e nos direciona para o mal. Nossa carne nos dirige para longe de Deus!
II Coríntios 4
1 Pelo que, tendo este ministério, assim como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos;
2 pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; mas, pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus.
3 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto,
4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
5 Pois não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor; e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus.
6 Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte.
8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados;
9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos;
11 pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.
12 De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
13 Ora, temos o mesmo espírito de fé, conforme está escrito: Cri, por isso falei; também nós cremos, por isso também falamos,
14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos apresentará convosco.
15 Pois tudo é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus.
16 Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;
18 não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.

 Você chegou aqui caído eu o convido a caminhar comigo na estrada do quebrantamento para que obtenhamos a renovação da parte de Deus!

4 passos para o quebrantamento...

1º passo...
1. INVISTA NA BUSCA POR INTIMIDADE COM DEUS!

 É animador saber que todos os amigos íntimos de Deus — Moisés, Davi, Abraão, Jó e outros — tiveram acessos de dúvidas.
o Mas, em vez de mascarar seus receios com frases feitas, eles os expressaram sincera, aberta e publicamente.
o Exprimir as dúvidas às vezes é o primeiro passo em direção ao próximo nível de intimidade com Deus!
o O 1º passo em direção a intimidade de Deus é em abrir-se pra Deus por completo: “(v.6) Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo”

 O 2º passo em direção a intimidade de Deus é em optar por obedecer a Deus na fé.
o Todas as vezes que você confia na sabedoria de Deus e faz tudo o que ele diz, mesmo sem compreender, você aprofunda sua amizade com Ele.
o Normalmente, não consideramos a obediência como característica da amizade; ela é reservada para o relacionamento com pai, chefe ou oficial superior; não um amigo.
o Entretanto, Jesus deixou claro que a obediência é uma condição para obter intimidade com Deus. Ele disse em João 15.14: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”

 O 3º passo em direção a intimidade de Deus é em adorá-lo pelo o que Ele é!
o Muitos cristãos parecem estar emperrados em uma via de adoração, em uma rotina insatisfatória, em vez de terem uma empolgada amizade com Deus.
o Eles se obrigam a utilizar métodos devocionais ou estilos de adoração que não se adaptam à forma exclusiva que Deus lhes deu.

Gary Thomas refletiu consigo mesmo:
Se Deus propositadamente nos fez a todos diferentes, por que deveríamos todos amar a Deus da mesma forma?

Uma coisa é certa:
Você não glorifica a Deus tentando ser alguém que Ele nunca quis que você fosse!

 Deus quer que você seja você mesmo. Este é o tipo de pessoa que o Pai está buscando: os que são simples e honestos consigo mesmos perante ele em sua adoração.

 ILUSTRAÇÃO
 Brennan Manning conta a história de um padre irlandês que, em uma viagem por uma paróquia rural, vê um velho camponês ajoelhado ao lado da estrada, orando. Impressionado, o padre diz ao homem: "Você deve ter muita intimidade com Deus". O camponês levanta os olhos, pensa um momento, e então sorri: "Sim, ele gosta muito de mim".

 Deus gosta de voce e quer ter um relacionamento intimo com voce hoje!


2º passo...
2. RECONHEÇA A AÇÃO SOBERANA DE DEUS O TEMPO TODO!

“A misericórdia provém unicamente da vontade soberana de Deus”
A. W. Pink

“Deus tem um propósito por trás de cada problema!”

 Ele usa as circunstâncias para desenvolver nosso caráter.
o Na verdade, ele se utiliza mais das circunstâncias para nos tornar semelhantes a Jesus do que da nossa leitura da Bíblia.
o A razão é óbvia: você se defronta com as circunstâncias da vida 24 horas por dia. Jesus nos alertou dizendo que teríamos problemas no mundo.
o Ninguém está imune à dor ou livre de sofrer; Nem todos são grandes, mas todos são importantes para o processo de crescimento que Deus tem para você!

 Deus utiliza os problemas para trazê-lo para perto de si. A Bíblia diz: O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido.
o Suas mais íntimas e profundas experiências de adoração ocorrerão provavelmente nos dias mais sombrios!
o Quando seu coração estiver partido, você se sentir abandonado, não tiver mais nenhuma opção, a dor for intensa — e você buscar somente a Deus.
o É durante períodos de sofrimento que aprendemos a fazer nossas orações mais sinceras, autênticas e honestas para com Deus.
o Quando sentimos dor física ou emocional, não temos disposição para orações superficiais.

Joni Eareckson Tada observa:
“Quando a vida é um mar de rosas, podemos passar o tempo adquirindo conhecimentos sobre Jesus, imitando-o, citando-o e falando sobre ele. Mas é somente ao SOFRER que conheceremos Jesus”.

 No sofrimento, aprendemos coisas a respeito de Deus que não podemos aprender de nenhuma outra forma.

 Deus podia ter mantido José fora da cadeia, Daniel fora da cova dos leões, evitado que Jeremias fosse lançado em um poço de lama, impedido os 3 naufrágios do Ap. Paulo, evitado que os 3 jovens hebreus fossem jogados na fornalha em chamas — mas não o fez.
o Ele deixou que esses problemas ocorressem, e, em decorrência deles, cada um desses homens foi trazido para mais perto de Deus.

Rick Warren
“Os problemas nos forçam a olhar para Deus e a depender dele em vez de confiar em nós mesmos”.

 Você nunca saberá que Deus é tudo o que você precisa até que Ele seja tudo o que você tiver!


3º passo...
3. RECONHEÇA AS “RACHADURAS” QUE EXISTEM EM SUA VIDA!

 ILUSTRAÇÃO
o As rachaduras no prédio do rio de janeiro que caiu
o As rachaduras era o prenuncio da queda

 Davi quando envolvido no pecado não percebeu que estava agindo como um homem sem o conhecimento de Deus!

 Rachaduras da igreja moderna
o Cristãos cujos corpos permanecem na casa do Senhor, mas cujos corações e mentes de contínuo estão de volta à antiga vida.


Philip Yancey me impressionou muito com uma declaração em seu livro emtitulado  “Maravlhosa graça”, ele diz:
Quando criança, eu me comportava da melhor maneira possível nos domingos de manhã, vestindo-me para Deus e para os cristãos que me cercavam.
Nunca me ocorreu que a igreja era um local para ser honesto.
Agora, entretanto, quando procuro olhar para o mundo por meio das lentes da graça, percebo que a imperfeição é o pré-requisito da graça.
A luz só consegue passar pelas rachaduras.


 4. Deixe Deus reconstruir a sua vida!

 Depois da queda Davi foi reconstruído por Deus!

 Da que fora mulher de Urias, nasceu o seu sucessor Salomão, um dos homens mais sábios que viveu nesta terra.
o Deus tem poder para transformar a perdição em lugar de salvação
o Choro em alegria
o Pranto em regozijo

“A luz só consegue passar pelas rachaduras”
Philip Yancey

Reverendo Douglas Paula

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ligados à Videira e frutificando


Ministério Infantil


Meninas dos Olhos de Deus


Casa de Bênção


Tapando as brechas para o inimigo não entrar


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Motivação Errada.


Motivações erradas movem muitas pessoas que encontro por aí. Em nossas igrejas, muitos jovens desastrosamente ainda veem o dinheiro como principal motivação para a escolha de uma carreira. Ser rico não é e nunca será “a coisa mais importante do mundo”. Eis o conselho do Sábio:
“Não gaste suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias pelo céu” (Pv 23.4,5).
Correr atrás de dinheiro é uma corrida sem chegada. Já reparou como nunca estamos satisfeitos com o que temos? Queremos sempre mais. Nenhum problema, dependendo do que estamos querendo. Passar a vida investindo tempo e inteligência para ganhar dinheiro, por exemplo, poderá trazer riqueza, mas certamente também trará uma sensação ruim de insatisfação, de ainda não estar bom, de ainda não ser o suficiente.
Quando a idade avança, as pessoas começam a se perguntar: “Valeu a pena?”, “ A que preço eu consegui tudo que tenho hoje?”, “De que me adiantou tanto dinheiro?”. Lembre-se de que profissão é algo a ser exercido todos os dias. Já pensou em como seria acordar sem vontade de ir ao trabalho e arrastar-se durante todo o mês pensando somente no salário?
“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí também estará o teu coração” (Mt 6.19-21).
Muitas vezes, desejamos o carro novo, as roupas mais caras ou o celular mais moderno. Não há nada de errado em desfrutar de muitas dessas coisas, desde que elas não sejam o centro de nossa vida. A vida é muito valiosa para estar fundamentada em valores tão passageiros. Busque os valores eternos, aqueles que não se desfazem com o tempo. Concentre-se em sua essência: no ser, e não no ter.
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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário, autor de “Minha Escolha Profissional — o que Deus tem a ver com isso?” (Editora Vida).

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Crescendo em Estatura, Sabedoria e Graça"


Como terá sido a infância de Jesus? A Bíblia não diz muito sobre isso. Um dos poucos episódios é aquele em que o menino, com 12 anos de idade, vai com a família à festa da Páscoa em Jerusalém e acaba ficando por lá. O desespero dos pais em sua procura contrasta com a tranqüila presença de Jesus no templo, onde, conforme o relato de Lucas, todos “ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas” (Lc 2.47). No final, ele faz um resumo significativo sobre o crescimento desse adolescente: “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52). 
O evangelista junta diferentes dimensões da adolescência de Jesus e fala do seu crescimento diante de Deus e diante dos olhos humanos. Assim, sobre ele se poderiam ouvir comentários comuns à vida de qualquer criança ou adolescente: “Como você está adiantado para sua idade!”; “Nossa! Como esse menino cresceu!”... Mas também haveria comentários sobre uma “estranha intimidade” dele com Deus, na qual se começava a discernir um caminho de vocação que enriquece a vida e co-constrói a sociedade. É muito bonito perceber esse crescimento harmônico e integrado na vida do jovem Jesus. 
A fé cristã é assim. Ela envolve a pessoa por inteiro e afeta todas as áreas da vida. Ela é significativa, tanto para crianças como para idosos, tanto para o indivíduo como para a comunidade. Ela abrange tudo o que somos: nosso coração, envolvendo nossos sentimentos; nossos pés, determinando nossos caminhos de vida; nossas mãos, numa expressão de nossas habilidades artesanais e construtoras; nossos braços, expressando-se em acolhimento e abraço; e nosso conhecimento, como expressão da nossa capacidade de entendimento. 
Na história das missões modernas, por exemplo, vê-se bem como isso se corporificou. Apesar de todos os intentos civilizatórios que caracterizaram essa história, acontece a mobilização não somente do evangelista, mas também do médico, do enfermeiro, do agrônomo e do educador. Junto com a decisão de traduzir a Bíblia havia também o empenho por promover o crescimento integral das pessoas. Assim, na estação missionária, havia não somente uma igreja, mas também uma escola e um hospital.
 Hoje, como ontem, se vê a importância do crescimento integral. Um conhecimento que integre as diferentes dimensões da vida e que passe pela veia da educação, seja ela formal ou informal. Uma educação que ensine as letras, que ajude a descobrir o mundo, o outro e a si mesmo, e que se torne um instrumento central na construção da sociedade. O que aconteceu com Jesus — educado nas letras do Antigo Testamento* e aprendendo a ler, a conhecer a história do seu povo e a projetar a vivência da sua fé para dentro da sua realidade — precisa acontecer com os filhos do nosso tempo. 

Meta do Milênio 2 
Ao abordarmos a segunda Meta do Milênio — Educação básica e de qualidade para todos — nos sentimos absolutamente em casa, pois é exatamente para isso que a fé cristã nos empurra. É porque a fé busca o entendimento que queremos que todos conheçam o caminho das letras, entendam e participem da sociedade e encontrem nela caminhos dignos de vida, trabalho e construção social. 
O objetivo desta meta é que até o ano 2015 todos os meninos e meninas tenham acesso à educação básica e a completem. Neste particular o Brasil vai bem, e os dados do IBGE indicam que no final do século passado 96,9% das crianças de 7 a 14 anos estavam na escola. Nosso grande desafio é que, além de achar o caminho da escola, as crianças permaneçam lá e sejam alfabetizadas. O fato é que, de cada dez alunos que concluem a primeira série, apenas três estão alfabetizados de forma satisfatória. A não-alfabetização é a maior causa do abandono e da reprovação escolar nos primeiros anos do ensino fundamental. Alunos não alfabetizados são estigmatizados, têm a auto-estima comprometida e acabam abandonando a escola.
 Investir na educação é uma tarefa básica de governo; e ele precisa passar de 4% a 8% do PIB até 2011, para que até 2015 esse objetivo do milênio seja alcançado. Outras instituições, como a Visão Mundial, também precisam e investem na educação. Assim, para quem trabalha com crianças, a ida e permanência delas na escola é um indicador não só de um trabalho bem feito, mas de uma criança que se encaminha para uma vida digna e com sentido. 
As igrejas têm responsabilidade com a educação. Além de manter bons programas de “culto infantil” para os nossos filhos, devem expressar essa responsabilidade também num posicionamento na sociedade que busque proporcionar educação para todos. Não raro, isso passa pela criação de programas de educação, principalmente na periferia das cidades e nas áreas esquecidas da nossa sociedade. 
Além disso, é responsabilidade da nossa empresa missionária colocar o objetivo da educação no seu “kit ministerial”. Assim, o despertamento de educadores para o campo missionário nunca será esquecido e a educação será priorizada onde quer que formos. 

Alcançar esta “meta do milênio” é, pois, também a meta daqueles que abraçam a fé e são convidados e desafiados a crescer em sabedoria, estatura e graça. 

Nota 
* Em Deuteronômio 4.9, por exemplo, está escrito: “Apenas tenham muito cuidado! Tenham muito cuidado para que vocês nunca se esqueçam das coisas que os seus olhos viram; conservem-nas por toda a sua vida na memória. Contem-nas a seus filhos e a seus netos”. 


Valdir Steuernagel é pastor luterano e trabalha com a Visão Mundial Internacional e com o Centro de Pastoral e Missão, em Curitiba, PR. É autor de, entre outros, Para Falar das Flores... e Outras Crônicas

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 308

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Plenitude da Espera.


Qualquer espera é dolorosa. A espera de um dia, a espera de sete dias, a espera de vinte anos... Quanto mais a espera de dois milênios!
Saul teve que esperar sete dias para se encontrar outra vez com Samuel para ser por ele devidamente orientado (1 Sm 10.8). Isaque e Rebeca esperaram 20 anos para se tornarem pais dos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25.19-26). Abraão e Sara esperaram 25 anos para se tornarem pais de Isaque (Gn 12.4; 20.5). O povo de Israel esperou 70 anos para regressar à sua própria terra, depois do cativeiro babilônico (Jr 29.10). Entre a profecia de Isaías a respeito de um menino cujo nome seria Conselheiro, Maravilhoso, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz (Is 9.5) e o nascimento de Jesus, a espera foi de no mínimo sete séculos.
Todavia, a plenitude da espera é a espera do Noivo. A espera começou no dia da ascensão de Jesus, quando dois homens vestidos de branco prometeram à igreja primitiva: “Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir” (At 1.9-11). Essa espera já dura dois milênios, ou 20 séculos, ou 730 mil dias, ou 17 milhões e meio de horas. É uma espera extenuante. Até agora nenhum vigia deu o grito mais esperado da História: “O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo!” (Mt 25.6).
Enquanto alguns já desistiram de esperar e dão outras interpretações à promessa dos dois homens vestidos de branco, muitos agarram-se cada vez mais a esta esperança e evitam reclamar por tão longa demora. Os pastores do rebanho aflito dizem: “A noite está quase acabando; o dia logo vem” (Rm 12.12). Há aqueles que justificam a plenitude da demora dizendo que ela é útil para alcançar também os retardatários, os que ainda estão ouvindo a mensagem e se apossando da bendita esperança (2 Pe 3.9).
Nessa espera, a noiva, que é a igreja, come do pão e bebe do vinho, e ouve vez após vez o oficiante da Ceia do Senhor repetir: — Façam isto “até que Ele venha” (1 Co 11.26).

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 258

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A Palavra Mais Solene do Mundo.


A palavra salvação é uma palavra muito solene. Por ser mencionada com freqüência pelos pregadores do evangelho ao redor do mundo e em todos os tempos, ela tem se tornado vulgar. 
O antônimo de salvação é perdição. Não há necessidade de salvação se não há perdição. Como, hoje em dia, a palavra perdição é por demais questionada, questiona-se também, obrigatoriamente, a palavra salvação. Questionando-se ambas as palavras, questiona-se toda a estrutura do cristianismo. Não havendo nem perdição nem salvação, obviamente não há Salvador. Jesus Cristo deixa de ser o que é — “Sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo” (Jo 4.42) — e se torna um personagem simplesmente histórico. Se Ele não é o Salvador do mundo, a expiação realizada na cruz é lorota. Jesus deixa de ser o Salvador para ser um mártir, como Joana d’Arc ou Martin Luther King. 
Além de muito solene, a palavra salvação é muito ampla. Ela abarca a salvação da culpa do pecado, a salvação do poder do pecado e a salvação da presença do pecado. Diz-se que a salvação da culpa do pecado é a justificação do pecador por meio da fé; a salvação do poder do pecado é a santificação do pecador por meio da autonegação; e a salvação da presença do pecado é a glorificação do pecador por meio do novo corpo e dos novos céus e nova terra. Daí serem corretas as afirmações: fui salvo, estou sendo salvo e serei salvo. Salvos da culpa do pecado ontem, salvos do poder do pecado hoje e salvos da presença do pecado amanhã: salvação no passado, salvação no presente e salvação no futuro. 
A pregação do evangelho é o anúncio da salvação: Jesus salva o pecador da perdição, da condenação, do dia do juízo, das algemas eternas, do fogo eterno, das penas eternas, da morte eterna, do inferno ou do figurado lago de fogo e enxofre. Ele nos salva da separação definitiva e irreversível de Deus e dos que aceitam e experimentam a salvação. 
Hoje há uma distorção enorme do anúncio da salvação. Pregam-se salvação da enfermidade física, salvação do sofrimento, salvação da miséria, salvação da auto-imagem. Tudo isso pode estar embutido eventualmente na salvação do pecado, mas não é a salvação maior, projetada pela misericórdia e pelo amor de Deus. 
O anúncio da salvação confunde-se hoje com o convite de adesão a certo credo cristão (católico, ortodoxo ou protestante), a uma denominação evangélica (batista, presbiteriana, metodista, assembleiana, luterana, episcopal etc) e a um tipo de igreja (histórica ou tradicional, pentecostal ou carismática). Prega-se mais as virtudes de cada uma dessas expressões de culto do que as virtudes “daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). É preciso saber se estamos enchendo as igrejas de salvos ou de adeptos desta ou daquela religião. Essa concorrência religiosa não pode esconder dos peca- dores o significado por demais solene e amplo da palavra salvação.


Extraído de: Revista Ultimato – Edição 255

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Deus está sempre em ação.


Deus é o sujeito dos verbos abrir e fechar, construir e destruir, ajuntar e espalhar, enaltecer e humilhar, aproximar-se e distanciar-se, perdoar e acusar, salvar e condenar, enxugar e produzir lágrimas, derramar graça e derramar ira, cuidar e abandonar, adoecer e curar, trazer e recolher o fôlego de vida, dar e reter, e muitos outros.
 Por ser o doador da vida, o criador do céu e da terra, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o Deus dos deuses, o Soberano Senhor -- Deus faz o que quer, com quem quer, como quer, onde quer e quando quer. Ele é absolutamente livre, absolutamente sábio, absolutamente justo e absolutamente poderoso. Um deus sem essas prerrogativas não seria Deus.
 Nem sempre o que Deus faz parece certo, parece justo, parece bom. Porém os cristãos mais próximos dele e mais cheios dele aprendem a respeitá-lo, a não discutir com ele, a não brigar com ele, a não abandoná-lo por causa de suas ações aparentemente estranhas e incompreensíveis. Eles aprendem a dar tempo ao tempo e esperar o desenrolar de tudo. Assim como o leitor de um romance não se assusta com a complicação e confusão do enredo, na certeza de que no final o autor vai deixar tudo esclarecido, os cristãos confessam que não têm sabedoria suficiente para acompanhar Deus, porque ele é muito maior, e confiam nele. Um bom número de cristãos acredita piamente, como Paulo, que “cada detalhe em nossa vida de amor a Deus é transformado em algo muito bom” (Rm 8.23). Não é à toa que o primeiro livro da Bíblia começa com a criação dos céus e da terra (Gn 1.1) e o último termina com a criação do novo céu e nova terra (Ap 21.1).
 O Salmo 107 e o capítulo 2 de Lamentações de Jeremias, por exemplo, chamam atenção para esse choque de verbos. No primeiro, Deus liberta o seu povo, tirando-o das mãos de seus inimigos, e faz com que ele volte do exílio para a sua terra; dá água aos que têm sede e coisas boas para comer aos que estão com fome; livra-o de suas muitas aflições, tira-o da escuridão e quebra em pedaços as correntes que o prendiam; derruba portões de bronze e despedaça barras de ferro; cura-o e salva-o da morte; estando ele em perigo no alto mar, Deus acalma a tempestade e deixa quietas as ondas bravias; e realiza para ele coisas maravilhosas. No entanto, no outro texto, o mesmo Deus trata o mesmo povo de modo muito diferente. Deus joga por terra, humilhados, o reino de Judá e suas autoridades; acaba de vez com o poder de Israel e, quando os inimigos dele se aproximam, ele não o ajuda e ainda se joga contra o povo; aponta as suas flechas contra os judeus e mata as pessoas mais estimadas entre eles; derruba as fortalezas e arrasa os palácios de Jerusalém; abandona o templo e deixa que os inimigos derrubem suas paredes.
 No contexto de ambas as passagens (o Salmo 107 e o capítulo 2 de Lamentações de Jeremias) está a explicação para o fenômeno em pauta. O Deus que abençoa e o Deus que retira a sua bênção é o mesmo. Basta recordar a afirmação de Tiago: “[No Pai das luzes] não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). Para esclarecer e enfatizar mais, vale a pena consultar outras versões. Na Bíblia do Peregrino: Deus “não está sujeito a fases nem períodos obscuros”; na Edição Pastoral Catequética: Em Deus “não há mudança nem mesmo aparência de instabilidade”; na Tradução Ecumênica da Bíblia: Em Deus “não existe nem hesitação nem sombra de dúvida ou movimento”; em A Mensagem: “Em Deus existe plena firmeza, nele não existe instabilidade”; e na Nova Versão Internacional: Deus “não muda como sombras inconstantes”.
 Deus está sempre em ação, tanto para descomplicar como para complicar. Precisamos ficar atentos ao amor bondoso e à terrível severidade que coexistem em Deus: misericórdia zero em algumas situações e bondade total em outras (Rm 11.22)!

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 338