PALAVRAS DE VIDA:

"Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros!." 1 Pedro 4:10

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Calmo, Sereno e Tranquilo" - Grupo Elo (1976).



Calmo, Sereno e  Tranquilo
Grupo Elo (1976)

Calmo,sereno e tranquilo
Sinto descanso neste viver
Isto devo a um amigo
Que só por ele eu pude obter
Ele é Jesus meu amigo
Meu Senhor, o Salvador
Só por ele ganhei a vida eterna com Deus

Triste foi sua história
Levado a cruz sem pecado algum, só porque me amou
Morreu por mim e não hesitou.

Ele é Jesus meu amigo
Meu Senhor, o Salvador
Só por ele ganhei a vida eterna com Deus.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Senhor luta por nós!


O Senhor luta por nós!  Ele conhece os nossos corações, o tempo de nossa vida, os sentimentos não explicados e o ambiente incerto ao redor. E Ele luta por nós.

Ele, que luta por nós, não é um mero valente do seu povo, um guerreiro de grandes vitórias ou um rei amado pela nação. É o Senhor todo poderoso, Criador dos céus e da terra, Governante absoluto de tudo o que existe, Feitor da luz e da vida, Rei dos reis, Controlador do universo, Salvador da humanidade, Resgatador dos perdidos e Pai de seus filhos. E Ele luta por nós.

A convicção de que o Senhor dos Senhores luta por nós produz dois efeitos sobre nossos corações. O primeiro é de descanso, pois aquele que controla todas as coisas controla também a nossa vida. Aquele que rege o universo tem poder sobre nossos corações, relacionamentos, corpos, provisões e futuro. Descansemos no Senhor que luta por nós. Coloquemos perante Ele nossas aflições e peçamos o retorno das noites bem dormidas e do riso aliviado. Ele cuida de nós.

O segundo efeito é de expectativa no Senhor. Se Ele luta por nós, qualquer coisa nova pode acontecer! Qualquer coisa pode mudar, qualquer situação pode ser consertada, qualquer pessoa pode ser quebrantada, qualquer pecado pode ser perdoado. Se Ele luta por nós, podemos, a qualquer momento, ser curados da enfermidade mais profunda que amedronta o corpo e a alma. 

Descansar em Deus e esperar em Deus, porque Ele luta por nós.

Encontramos esta palavra de encorajamento à nossa fé em Deuteronômio. Moisés a proferiu ao povo de Israel em um momento emblemático de sua jornada. Após 40 anos peregrinando no deserto, o povo se vê próximo ao rio Jordão, prestes a entrar na terra prometida. Vivia, assim, o momento de pesado cansaço pela peregrinação longa e árida e, por outro lado, profunda esperança para entrar na terra tão esperada. Moisés, usado por Deus, encoraja o povo lembrando como o Senhor foi fiel no passado. Amanhã não seria diferente. Moisés declara que o povo ainda passará por muitas provações e que aquele não é, enfim, o momento de descanso. E falando sobre reis e reinos que ainda os confrontarão ele lhes diz: “não os temais, pois o Senhor luta por vós” (Dt 3.22). 

A caminhada é longa e ainda não cruzamos o Jordão, mas esta verdade nos levará até o final, na paz de Deus. O Senhor luta por nós!

Extraído de www.ultimato.com.br

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"Rendido Estou" - Ministério Intimidade.

O MINISTÉRIO DE LOUVOR INTIMIDADE convida você e sua família para agradecerem a Deus por mais um ano de vida. Será nos dias 08 e 09 de DEZEMBRO, sempre as 19:00h. Você é nosso convidado!
Nossa Igreja fica na Rua Quatro, 167 - Conforto - Volta Redonda/RJ.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A apoteose que está para vir.

A posição do corpo quando oramos não é relevante. Ora-se em pé, como o rei Josafá (2 Cr 20.5); ora-se assentado, como Elias (1 Rs 19.4); ora-se deitado, como o rei Ezequias (2 Rs 20.2); ora-se de joelhos, como Paulo (At 21.5); ora-se prostrado, com o rosto no chão, como o “homem coberto de lepra” (Lc 5.12); ora-se até mesmo dentro de um grande peixe, como Jonas (Jn 2.1).
Em certas ocasiões preferimos orar de joelhos. Essa é a posição mais mencionada no livro de Atos. Pouco antes de morrer, Estêvão “caiu de joelhos e orou” (At 7.60). A sós onde estava o corpo de Tabita, num quarto do andar superior de uma casa em Jope, hoje bairro de Tel Aviv, Pedro “ajoelhou-se e orou” (At 9.40). Numa praia do Mediterrâneo, defronte a Tiro, no atual Líbano, Paulo reuniu “todos os discípulos, com suas mulheres e filhos”, e com eles se ajoelhou e orou (At 21.5).
Ajoelhar-se significa cair prostrado, abaixar-se, dobrar os joelhos perante o Senhor. É a posição de quem confessa pecado (Ed 9.5), de quem quer expressar profunda gratidão (Lc 17.16), de quem sente necessidade de mostrar reverência (Mc 10.17), de quem está em angústia (Lc 22.41), de quem precisa muito da interferência de Deus (Mt 17.14).
Todas essas lembranças históricas nos levam à apoteose que está para vir:

[Deus exaltou Jesus] à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).

Uma apoteose anunciada nas Escrituras

A estrondosa vitória da graça sobre a lei, da esperança sobre o desespero, do permanente sobre o provisório, da eternidade sobre o tempo, do pano novo sobre o remendo, do perdão sobre a culpa, da ressurreição sobre a morte, da luz sobre as trevas, da santidade sobre a perversão, da justiça sobre a injustiça, do bem sobre o mal, da profecia cumprida sobre a utopia, do Apocalipse sobre o Gênesis, dos novos céus e nova terra sobre “os céus e a terra que agora existem” (2 Pe 3.7) — está presente implícita e explicitamente em todas as Escrituras, especialmente nos Salmos:

Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele (Sl 22.27); veja também o versículo 29; Sl 64.9; 86.9; 102.15).

Por mim mesmo eu jurei, a minha boca pronunciou com toda a integridade uma palavra que não será revogada: Diante de mim todo joelho se dobrará; junto a mim toda língua jurará. Dirão a meu respeito: “Somente no Senhor estão a justiça e a força” (Is 45.23,24, NVI).

Cada lua nova e cada sábado, todo mundo virá prostrar-se na minha presença, diz Javé (Is 66.23, EP).

[Deus] nos fez conhecer o mistério da sua vontade, a livre decisão que havia tomado outrora de levar a história à sua plenitude, reunindo o universo inteiro, tanto as coisas celestes como as terrestres, sob uma só Cabeça, Cristo (Ef 1.9,10, EP).

Todas as nações virão à tua presença e te adorarão, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos (Ap 15.4).



Uma apoteose sem igual

De todos os textos nos quais se apóia a esperança da apoteose que está para vir, o mais explícito, o mais conhecido e o mais amplo, sem dúvida, é a passagem da Epístola de Paulo aos Filipenses, que deve ser examinada cuidadosamente.
A idéia central desse texto encontra-se na profecia de Isaías: “Todos os homens, no mundo inteiro, vão se ajoelhar diante de mim e todos vão jurar que serão fiéis” (Is 45.23, BV). Paulo faz uso dessa profecia duas vezes, primeiro na Epístola aos Romanos, lá pelo ano 56 d.C., e depois na Epístola aos Filipenses, por volta de 61 d.C. No primeiro escrito, o apóstolo está tratando de um assunto prático, a questão do bom relacionamento entre os crentes. Lembra que “Cristo morreu e voltou a viver para ser Senhor de vivos e de mortos” e, portanto, ninguém deve julgar nem desprezar o irmão, porque está escrito: “Diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus” (Rm 14.11).
Já na Epístola aos Filipenses, o apóstolo descreve o exemplo da profunda humildade de Jesus, que se esvaziou a si mesmo para tornar-se igual a nós e, “sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz” (Fp 2.5-8). Mas o relato de Paulo não pára na morte nem na sexta-feira: caminha até a ressurreição e o domingo. Também não pára na ressurreição nem no domingo: caminha até a parúsia e anuncia a apoteose que está para vir (Fp 2.9-11). Aquele que havia se rebaixado até a morte de cruz foi exaltado “à mais alta posição” (“acima de tudo”, na versão da CNBB) e recebeu “o nome que está acima de todo nome”, para que “ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus [primeiro nível], na terra [segundo nível] e debaixo da terra [terceiro nível], e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.10,11).
A apoteose que está para vir é absolutamente certa. Só nos compete saber que ela vai acontecer. Já o dia, o mês, o ano, o século e o milênio, não nos compete conhecer, de acordo com o próprio Jesus, em seus discursos (Mt 24.36) e em sua ascensão (At 1.7).

Uma apoteose globalizada

Se alguém se der ao trabalho de ler e reler todos os textos sobre a apoteose que está para vir não encontrará coisa alguma que não esteja de joelhos diante do Senhor no devido tempo.

Lá estarão seres humanos de ambos os sexos (“moços e moças”) e de toda as idades (“velhos e crianças”), como diz o salmista (Sl 148.12).

Lá estarão “todos os ricos da terra” e “todos os que descem ao pó, cuja vida se esvai”. Uns e outros “haverão de ajoelhar-se diante dele” (Sl 22.29).

Lá estarão “todos os governantes e juízes da terra” (Sl 148.11), “todos os reis da terra” (Sl 138.4) e todos os deuses inventados pela mente humana (Sl 97.7).

Lá estarão “todas as famílias da terra” (Gn 12.3, BJ), “todas as nações da terra” (Gn 18.18, Sl 86.9) “todos os povos” (Sl 47.1, Is 56.7), “todos os confins da terra” (Sl 22.27) e “todas as línguas” (Is 45.23; Fp 2.11).

Lá estarão todos os seres criados não-humanos: os anjos (Sl 103.20), os espíritos imundos (Mc 3.11) e os “exércitos celestiais” (Sl 148.2; Lc 2.13).

Lá estará toda a criação ou “todas as suas obras em todos os lugares do seu domínio” (Sl 103.22) — o mundo, os mais altos céus, as estrelas, o sol e a lua, a terra, os montes e as colinas, o mar e tudo o que nele existe, os campos, os rios, as árvores da floresta, as árvores frutíferas, os cedros, as serpentes marinhas, os animais selvagens, os rebanhos domésticos, as aves, todos os demais seres vivos, todas as profundezas e também os relâmpagos, o granizo, a neve, a neblina e os vendavais (Sl 89.12; 96.11-13; 98.8,9; 103.22; 145.10; 148.3-10; Is 44.23; 49.13; 55.12).



Uma apoteose que não significa salvação universal

É verdade que o mundo inteiro vai dobrar os joelhos diante de Jesus e toda língua vai confessar que Jesus Cristo é o Senhor. Porém esse gesto e essa palavra jamais querem indicar que todos serão salvos. As mesmas Escrituras que anunciam a apoteose que está para vir anunciam também o advento do chamado “dia do juízo”, ao qual Jesus se refere várias vezes (Mt 10.15; 11.22, 24; 12.36), antes mesmo de proferir o sermão profético (ou escatológico), que aparece no final do Evangelho segundo Mateus (25.31-46). Aos filósofos epicureus e estóicos de Atenas, Paulo teve a coragem de declarar que Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça [uma referência ao dia do juízo], por meio do homem que designou [uma referência a Jesus Cristo]”. O apóstolo ainda acrescentou: “[Deus] deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).
Depois de recordar uma série de juízos menores (em relação ao juízo final), como o dos anjos que pecaram, o do mundo antigo na época do dilúvio e o de Sodoma e Gomorra, o apóstolo Pedro afirma que Deus sabe separar os piedosos dos demais e “manter em castigo os ímpios para o dia do juízo” (2 Pe 2.9). Judas, o irmão de Tiago, repete o discurso de Pedro e ensina que os anjos caídos estão “presos com correntes eternas para o juízo do grande dia”, bem como as cidades de Sodoma e Gomorra e outras ao redor, que “se entregaram à imoralidade e às relações sexuais antinaturais” (Jd 6,7).
O “juízo do grande dia” não absolverá todo mundo. Ao contrário, esse soleníssimo dia vai fazer justiça, separará o trigo do joio (Mt 13.40-43), os peixes bons dos peixes ruins (Mt 13.49,50), as virgens prudentes das virgens insensatas (Mt 25.1-13), o servo bom e fiel do servo mau e negligente (Mt 25.28-30), as ovelhas dos bodes (Mt 25.31-46), os justos dos ímpios (2 Pe 2.9), os crentes dos incrédulos (Rm 1.16), os eleitos dos não-eleitos, os salvos dos perdidos.
Então, é razoável que se questione por que as Escrituras declaram que todo joelho vai se dobrar diante do Senhor, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua vai confessar que Jesus Cristo é o Senhor.
A resposta é muito simples — o mundo inteiro fará isso porque não há outro caminho. Por causa da autoridade inegável e irresistível de Jesus Cristo, porque todos os esforços conjuntos para fazer em pedaços as correntes que os prendem a Deus foram ridículos e inúteis o tempo todo, conforme conta o famoso Salmo Segundo. As nações vão beijar o Filho não por amor, mas por causa de sua ira, de seu governo, de sua majestade, de seu poder, de sua autoridade (Sl 2.12).
Os turistas americanos podem considerar ridícula, pretensiosa e revoltante a obrigação imposta pelo governo brasileiro de exigir deles que se deixem fotografar e registrar suas impressões digitais ao desembarcar no Brasil. Mas são obrigados a se submeter a esse processo por estarem sob nossas leis. O mesmo acontece com os turistas brasileiros nos aeroportos dos Estados Unidos. Não adianta se revoltar contra as normas e tentar desrespeitá-las, como fez o piloto Dale Robbin Hersh no início de janeiro. O aeroviário passou pelo vexame de ser confinado por 36 horas no aeroporto internacional de Guarulhos, e a American Airlines se viu constrangida a pedir desculpas à Polícia Federal.
O ser humano prefere se esconder a vida inteira da ira de Deus. Assim fizeram Adão e Eva (Gn 3.8). Assim se comportou Caim, depois do assassinato do seu irmão Abel (Gn 3.14). O caminho da fuga acabará junto com a história, quando chegar a apoteose que está para vir. O que resta, então, é dobrar o joelho (não necessariamente o coração) diante da autoridade vencedora e proclamar seu absoluto senhorio!
Embora Deus venha mostrando soberanamente sua glória (Êx 7.5; 14.8) e a glória de seu Filho (Lc 9.28-36) de vez em quando, é por ocasião da parúsia — segunda vinda de Jesus “em poder e muita glória” — que a glória total do Senhor será vista e reconhecida por todos. Aí se dará o cumprimento literal e definitivo da profecia de Ezequiel, lá pelos anos 573 a.C.: “Não mais deixarei que o meu nome seja profanado, e as nações saberão que eu, o Senhor, sou o Santo de Israel” (Ez 39.7).

Extraído de Revista Ultimato - Edição 287

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Orador que não sabia falar.


No livro de Deuteronômio, estão os discursos que Moisés fez quando o povo de Israel estava 
nas proximidades da terra prometida, depois de 40 anos de peregrinação pelo deserto. Ele tinha 120 anos e seus ouvintes, com exceção de Josué e Calebe, menos de 40 anos.
O primeiro discurso é uma exposição da história do povo desde a saída do Egito até aquele dia (Dt 1.1-4.40). O segundo discurso é uma repetição das leis a que o povo estava sujeito (Dt 4.44-28.68). O terceiro discurso é uma descrição da aliança de Deus com o povo (Dt 29.1-30.20). Além destes discursos, estão no quinto livro da lei os últimos conselhos de Moisés (Dt 31.1-32.52) e as bênçãos que ele proferiu para cada uma das doze tribos de Israel (Dt 33.1-29).
Moisés declamou também dois preciosos cânticos. Um, logo depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15.1-18), e outro, pouco antes de morrer (Dt 31.30-32.43). É também de sua autoria a oração do salmo 90.
O fato de Moisés ter vencido, com o auxílio prometido de Deus, a dificuldade de falar é impressionante. Ao ser chamado por Deus para tirar o povo de Israel do Egito, ele foi logo dizendo: “Eu nunca tive facilidade para falar, nem antes nem agora, depois que começaste a falar comigo. Quando começo a falar, eu sempre me atrapalho.” (Êx 4.10, BLH.)
Tudo indica que o problema era real. Tanto que Deus prometeu: “Eu o ajudarei a falar e lhe direi o que deve dizer”. Além disso, Arão, que não tinha a mesma dificuldade do irmão, poderia falar no lugar dele, o que de fato aconteceu no início (Êx 4.30; 5.1; 7.1, 2).
Outras duas vezes, Moisés fez menção do seu problema particular: “Eu não tenho facilidade para falar” (Êx 6.12, 30). A essa altura, ele estava com 80 anos. Talvez exagerasse o problema, talvez carregasse alguma experiência traumática a esse respeito, talvez não alimentasse a menor esperança de cura. No entanto, Deus forçou a barra, insistiu e venceu. Progressivamente, Moisés superou a dificuldade de falar, se esqueceu do problema, foi curado das experiências passadas, adquiriu confiança e abriu a boca.
Quando Moisés proferiu os discursos que estão em Deuteronômio, Arão, seu irmão e interlocutor, já havia morrido. Os discursos saíram não de sua pena, mas de sua própria boca. Era, então, “poderoso em palavras e em obras”, de acordo com o registro de Estêvão (At 7.22).

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 273 – Seção: Pastorais.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Abre os Meus Olhos, Senhor!


Quero ver-te, Senhor, do outro lado da lama, do outro lado dos montões de lixo, do outro lado da fome, do outro lado das guerras, do outro lado do sofrimento, do outro lado da doença, do outro lado da morte. 

Quero ver-te como tu és e não como os outros dizem que és. 

Quero ver-te na imensidão e na ordem do universo, na mais distante galáxia e na mais próxima estrela. Quero ver-te na cachoeira, na gruta, na floresta, no deserto, na praia, nas alturas dos montes e nas profundezas dos mares, na desembocadura dos rios, nas campinas e nos vales. 

Quero ver-te no amanhecer e no entardecer, ao meio-dia e à meia-noite, no vento, na chuva, nos relâmpagos, no trovão. 

Quero ver-te no botão de rosa, no ipê-amarelo, no girassol, no jardim, no pomar, na horta, nos bosques, na grama, nos pastos e no matagal. 

Quero ver-te no meu corpo, na parte de fora e na parte de dentro, no mais visível e no mais escondido, no mais simples e no mais complexo. Quero ver-te na biologia, no DNA, nas células-tronco, na substância ainda informe, no crescimento, na reprodução e no envelhecimento. 

Quero ver-te nos mistérios da vida, nos mistérios da mente, nos mistérios do amor, nos mistérios da alma, nos mistérios da criação. 

Quero ver-te na vaga lembrança, na saudade, na sede, na fome e no temor que eu tenho de ti, no desassossego de minha alma enquanto ela não repousa em ti. 

Senhor, abre os meus olhos, pois quero ver a lama, os montões de lixo, a fome, as guerras, o sofrimento, a doença e a morte sob outra perspectiva, sob a perspectiva cristã. 

Abre os meus olhos para eu ver o que está acima das nuvens mais baixas (At 1.9). 

Abre os meus olhos para eu ver o Senhor assentado num trono alto e exaltado (Is 6.1). 

Abre os meus olhos para eu ver os céus abertos e o Filho do Homem em pé, à direita de Deus (At 7.56). 

Abre os meus olhos para eu ver o Cordeiro — que parecia ter estado morto — em pé, no centro do trono, pronto para abrir o livro fechado por dentro e por fora e dar prosseguimento à história (Ap 5.6).

Abre os meus olhos para eu ver a destruição, a morte e o enterro da morte (1 Co 15.26). 

Abre os meus olhos para eu ver a transformação dos vivos e a ressurreição dos mortos (1 Co 15.50-58). 

Abre os meus olhos para eu ver novos céus e nova terra, onde habita a tão procurada justiça (2 Pe 3.13; Ap 21.1). 

Abre os meus olhos para eu ver a plenitude da salvação! 

Amém.

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 297

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quem Precisa de Restauração?

Façamos uma viagem no tempo e no espaço. Vamos para a cidade da Babilônia, às margens do rio Eufrates, onde hoje é o Iraque, e para o ano de 516 antes de Cristo. Os judeus deportados para vários pontos do antigo Império Babilônico, que há muito não tocavam suas harpas nem cantavam seus salmos por causa da nostalgia, agora estão alvoroçados e arrumando as malas. A profecia se cumpriu e eles começam a voltar para Israel depois de 70 anos de exílio.
Todos estavam cientes da humilhação pela qual seus pais e avós passaram quando o poderoso Nabucodonozor, rei da Babilônia, cercou Jerusalém, derrubou os seus muros, incendiou o templo, o palácio real, todas as casas e todos os edifícios e levou para o exílio na Babilônia quase toda a população, deixando na cidade apenas os mais pobres do país. Eles sabiam que a fome fora tanta que bebês e crianças desmaiavam nas esquinas de todas as ruas (Lm 2.19) e que, “com as próprias mãos, mulheres bondosas cozinhavam seus próprios filhos, que se tornavam sua comida” (Lm 4.10). Porém, agora, seus olhos deixam de fixar a amargura de ontem para fixar aquilo que podia dar-lhes esperança (Lm 3.21).
 O que gerou neles sólida esperança foram as ternas palavras de Deus contidas no livro de Jeremias. O Senhor promete aos retornados da Babilônia tudo aquilo de que eles mais precisavam: amor, perdão, libertação, cura, pastoreio, reconstrução, renovação da aliança, do ânimo e da alegria. Mais de 40 mil homens e 8 mil servos e servas (Ed 2.64; Ne 7.66) deixaram a Babilônia e foram para Israel. Entre eles havia cantores e cantoras. Com eles foram as harpas e as liras que estavam penduradas nos galhos dos salgueiros às margens dos rios da Babilônia (Sl 137.2, NBV). 
 Entre as comoventes promessas de restauração feitas pelo misericordioso Deus, destacam-se estas (todas estão no livro de Jeremias):
 
Povo de Israel, eu sempre os amei e continuo a mostrar que meu amor por vocês é eterno (31.3).
O meu coração se comove, e eu certamente terei misericórdia de vocês (31.20).
Eu perdoarei os seus pecados e nunca me lembrarei das suas maldades (31.34).
Eu trarei os descendentes de Jacó de volta e terei misericórdia de cada família. Jerusalém será construída de novo, e no palácio morará gente outra vez (30.18).
Eu lhes darei saúde novamente e curarei as suas feridas (30.17).
Eu animarei os cansados e darei comida a todos os que estão fracos de fome (31.25).
Eu mudarei o seu choro em alegria e a sua tristeza em prazer (31.13).
Quando eu os trouxer, eles virão chorando e orando. Eu os levarei à beira das águas correntes, por uma estrada plana onde não tropeçarão (31.9).
Eu construirei de novo a nação. Mais uma vez vocês pegarão os seus tamborins e dançarão de alegria (31.4).
Quando esse tempo chegar, eu farei com o povo de Israel esta aliança: Eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei (31.33).

A restauração de Israel é um forte lenitivo para a nação, a igreja e a família que precisam de uma igual experiência.


Extraído de: www.ultimato.com.br – Edição: 337

sábado, 17 de novembro de 2012

Jó e Deus.

Jó respondeu ao Senhor: “Sou indigno; como posso responder-te?[...] Falei uma vez, mas não tenho resposta; sim, duas vezes, mas não direi mais nada”. Jó 40.3-5

O livro de Jó apresenta várias atitudes possíveis diante do sofrimento. A própria combinação de autopiedade e de auto-afirmação demonstrada nas atitudes de Jó deve ser claramente rejeitada, assim como a recomendação dos seus amigos consoladores para que ele reconhecesse sua culpa. A atitude sugerida pelo jovem Eliú pode ser considerada como autodisciplina. Ele representa Deus como um mestre (36.22) que nos fala em nossa aflição (36.15) a fim de “prevenir o homem das suas más ações e livrá-lo do orgulho” (33.17). Mas essa explicação também é parcial.
 A atitude correta que os seres humanos devem ter para com Deus é uma atitude de entrega. Deus convidou Jó a olhar a criação a partir de uma nova perspectiva, e em seguida lhe fez algumas perguntas: Onde ele estava quando Deus criou a terra? Ele podia controlar a neve, a tempestade, ou as estrelas? Jó por acaso podia supervisionar os animais selvagens e os pássaros? Mais do que isso, ele era capaz de compreender os mistérios e subjugar a força do beemote e do leviatã?
 Se para Jó foi sensato confiar no Deus que revelou sua sabedoria e seu poder através da criação, para nós é ainda mais sensato confiar nesse mesmo Deus, que revelou seu amor e sua justiça através da cruz. A confiança se baseia na reconhecida reputação de seu objeto. E ninguém é mais digno de confiança que o Deus da cruz. A cruz não resolve o problema do sofrimento, mas faz com que o enxerguemos pela perspectiva correta.
Assim, precisamos aprender a subir no monte do Calvário e contemplar lá do alto todas as tragédias da vida. Deus demonstrou seu amor por nós na cruz (um evento histórico), e nada (nenhum evento pessoal ou global) pode superar ou sequer se comparar a esse evento.

Leitura recomendada: Jó 38.1-11

Retirado de A Bíblia Toda, O Ano Todo (Editora Ultimato 2007)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Imperfeição: A marca de todos os Perfeitos.


Meditação sobre hebreus 10:14

Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.
Duas coisas são bastante encorajadoras em nossa condição imperfeita como pecadores salvos.
Primeira, observe que Cristo aperfeiçoou seu povo, e esse aperfeiçoamento já está completo. “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. Ele o fez; e o fez para sempre. O aperfeiçoamento de seu povo está completo, para sempre. Isso significa que os crentes não pecam? Não ficam doentes? Não fazem erros matemáticos na escola? Já somos perfeitos em nosso comportamento e atitudes?
Neste versículo, há uma razão evidente que nos faz saber que essa não é a nossa situação. Qual é essa razão? É a última frase. Quais são as pessoas que foram aperfeiçoadas para sempre? Aquelas que “estão sendo” santificadas. A ação contínua do tempo presente do verbo grego é importante. Aqueles que “estão sendo santificados” ainda não estão completamente santificados no sentido de não pecarem mais. Do contrário, eles não continuariam sendo santificados.
Portanto, temos a combinação que nos deixa perplexos: aqueles que Cristo “aperfeiçoou” são aqueles que “estão sendo santificados”. Podemos também pensar nos capítulos 5 e 6 de Hebreus e recordar que esses crentes eram qualquer coisa, exceto perfeitos. Por exemplo, em Hebreus 5.11, o autor sagrado diz: “A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir”. Podemos, então, dizer com certeza que “aperfeiçoou”, em Hebreus 10.14, não significa que somos aperfeiçoados a ponto de não pecarmos mais nesta vida.
O que isso significa? A resposta é dada nos versículos seguintes (15 a 18). O autor bíblico explica o que pretendia dizer, ao citar Jeremias referindo-se à nova aliança, ou seja, que na nova aliança, que Cristo selou com seu próprio sangue, há perdão total para todos os nossos pecados. Os versículos 17 e 18 dizem: “Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre. Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado”. Portanto, ele explica a perfeição presente em termos (pelo menos) de perdão.
O povo de Cristo é aperfeiçoado agora no sentido de que Deus remove todos os nossos pecados (Hebreus 9.26), perdoa-os e nunca mais se lembra deles como base para condenação. Neste sentido, permanecemos diante dEle como pessoas perfeitas. Quando Deus olha para nós, Ele não nos imputa qualquer de nossos pecados — passado, presente ou futuro. Deus não lança mão de nossos pecados, novamente, para usá-los contra nós.
Agora observe, em segundo lugar, em favor de quem Cristo fez esta obra de aperfeiçoamento, na cruz. Hebreus 10.14 nos diz: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados”. Você pode afirmá-lo de modo significativo nestes termos: “Cristo aperfeiçoou para sempre aqueles que estão sendo aperfeiçoados”. Ou: “Cristo santificou completamente aqueles que estão sendo santificados”. Isto é o que o autor sagrado realmente diz no versículo 10: “Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”. Assim, no versículo 10, nós fomos“santificados”. O versículo 14 diz que estamos “sendo santificados”.
Isto significa que você pode saber que mantém uma posição de perfeição aos olhos de seu Pai celestial, se está se movendo de sua imperfeição presente e se encaminhando em direção a mais e mais santidade, pela fé em sua graça futura. Permita-me dizer, novamente, que, por causa de seu encorajamento para pecadores imperfeitos como nós e de sua plena motivação à santidade, Hebreus 10.14 significa que você pode ter certeza de que permanece perfeito e completo aos olhos de seu Pai celestial, não porque você é perfeito agora, mas exatamente porque você não é perfeito agora e está sendo santificado — sendo tornado santo.
Você pode ter certeza de sua posição como pessoa perfeita diante de Deus, porque, pela fé nas promessas de Deus, você está se movendo de suas imperfeições hesitantes em direção a mais e mais santidade. Nossa imperfeição remanescente não é uma evidência de nossa desqualificação, e sim uma marca de todos aqueles que Deus “aperfeiçoou para sempre” — se estamos no processo de sermos transformados (2 Coríntios 3.18).
Anime-se. Fixe seus olhos naquela obra de aperfeiçoamento que Cristo fez para sempre. E resista a todo pecado conhecido.


Escrito por: John Piper
Extraído de: www.voltemosaoevangelho.com

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Não estamos perdidos no espaço.


A história da redenção começa no jardim do Éden, passa pelo jardim do Getsêmani e deságua na Nova Jerusalém. 
Nem o planeta nem os 7 bilhões de pecadores que vivem em sua porção seca estão perdidos no espaço. O mundo não está desgovernado. Deus nunca soltou as rédeas desse cavalo bravo ainda não plenamente domado. O timão continua em suas mãos. E Deus não está dormindo nem ausente. Ele não tira férias, não abdica nem transfere sua propriedade a ninguém. 
Deus está colocando todos os poderes hostis ao seu reino debaixo dos seus pés. Esses poderes hostis ao reino de Deus podem ser a soberba, a incredulidade, o pecado, a hipocrisia, a idolatria, a injustiça, a desordem, a anarquia, a rebelião, as hostes humanas e demoníacas, seja lá o que for. Na agenda de Deus, “o último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Co 15.26), que é um inimigo e tanto. É o mais resistente, o mais avassalador, o mais cruel de todos os poderes contrários ao homem e a Deus. Não obstante, a morte será exterminada, por último. A essa altura assistiremos o acontecimento mais irônico e mais eletrizante da história: a morte da morte. 
“E então virá o fim” (1 Co 15.24): o fim da presente conjuntura, o fim do tempo, o fim dos céus e da terra que agora existem, o fim da mistura do trigo com o joio, o fim de tudo, o propalado fim da história. 
Existe uma ciência chamada história da redenção. Ela diz respeito à disciplina que estuda os atos de Deus no processo de salvação do homem e da criação. A história da redenção começa no jardim do Éden, passa pelo jardim do Getsêmani e deságua na Nova Jerusalém. Ela conduz o homem e a criação do paraíso perdido ao paraíso recuperado. Tem, portanto, passado, presente e futuro. O passado é cada vez maior e o futuro cada vez menor, o que significa uma diminuição progressiva do tempo de espera. A história da redenção abrange os já realizados anúncio e concretização da salvação, a presente divulgação da salvação e a futura plenitude da salvação. 
Em geral os habitantes do planeta, os de ontem e os de hoje, abrigam uma tênue e confusa esperança de que algo de bom vá acontecer em algum tempo alojado no futuro próximo ou remoto. Esse sentimento acompanha aquele outro sentimento de sede de Deus. Todas as religiões, de um modo ou de outro, alimentam essa esperança, que só é digna de fé se está intimamente associada com a pessoa de Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Este Jesus é a pedra que sustenta todo o peso da salvação (At 4.11) e torna possível a esperança de novos céus e nova terra (2 Pe 3.13).

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 260

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Seja como Seu Pai.

Alguns textos da Bíblia me deixam perplexos. Quando os leio fico a me perguntar como é possível aplicar tal ensinamento em minha vida. E o texto de Mateus 5.48 sempre foi um desses casos. Contudo, quando me dediquei em estudar o sentido da palavra “teleios” (perfeitos) compreendi o texto com maior profundidade ganhei um novo ânimo para vivenciar essa exigência do Senhor. O que significa ser perfeito como o Pai celeste? Como isso é possível? Quais as implicações dessa palavra do Senhor na nossa vida? Essas perguntas é que nortearam minha pesquisa e norteia essa breve reflexão. O texto de Mateus, conhecido como Sermão da Montanha (cap. 5.1-7.23), é o primeiro ensino que o Senhor ministrou ao colégio apostólico completo. Assim que o Mestre terminou de chamar os seus doze discípulos ele subiu a um monte e se assentou, como faziam os rabinos antes de ministrar qualquer ensino (v.1). Então Ele passou a ensinar-lhes sobre três temas importantes: as bem-aventuranças (declarações de felicidade e de bênçãos) (5.1-12); admoestações éticas (5.13-20; 6.1-7.23) e o contraste entre a ética do evangelho e o tradicionalismo religioso judaico (5.21-48). Para compreender o que Jesus quis dizer sobre ser perfeito como o Pai celeste precisamos avaliar o ensino do Mestre com o conhecimento exato de que tipo de perfeição Jesus está nos pedindo. Pois, ao ler esse texto a grande pergunta que nos vem a mente de imediato é: isso é possível? Contudo, quando o lemos na língua original (grego) percebemos que a palavra que aparece aqui (teleios) se refere àquilo que cumpre o propósito para o qual foi criado. Portanto, a perfeição que Jesus se refere é a de cumprir o propósito para o qual Deus nos criou. Portanto, o texto não fala de perfeição moral, mas perfeição funcional. Com esse conhecimento em mente precisamos nos perguntar: “mas que perfeição funcional é essa que Jesus espera de nós?”. Bem, trata-se de ser perfeito no cumprimento do propósito para o qual fomos feitos (Ef 2.10) e que Jesus fala a partir do versículo 21 de Mateus 5. Primeiro temos que ser perfeitos na vivência do evangelho nas relações humanas e familiares. A agressão verbal e a humilhação do próximo nos torna passíveis do juízo dos homens e de Deus e quando caímos nesse erro devemos buscar a reconciliação imediata (5.22-26). Também a santidade e indissolubilidade do casamento estão acima das leis dos homens e devemos tirar de diante de nós tudo aquilo que pode nos levar ao pecado (5.27-32). Também temos que ser perfeitos na vivência do evangelho na comunicação. A firmeza na palavra é uma exigência para os filhos de Deus em tudo o que falam porque sua palavra deve ser pautada na verdade (5.33-37). Ainda devemos ser perfeitos na vivência do evangelho no exercício da misericórdia e do amor. Retribuir o mal com igual reação significa ser tão perverso quanto aquele que nos feriu. Por isso, devemos agir de forma oposta ao mal(5.38-42). Amar quem nos odeia e orar por quem nos persegue é a verdadeira manifestação da paternidade de Deus sobre nós (5.43-47). Logo, o que o Senhor espera de nós é que cumpramos o propósito para o qual fomos criados. Esses propósitos incluem a uma atitude correta em nossas relações humanas e familiares, na forma como nos comunicamos e no exercício da misericórdia e do amor. Como anda a sua vida nessas áreas? Você tem sido perfeito como o Pai? Como você pretende viver de hoje em diante? Que o Senhor nos abençoe e nos ajude a sermos perfeitos.

domingo, 11 de novembro de 2012

Dependência e Codependência.


Muitas pessoas encontram-se vivendo relacionamentos nocivos. Tais relações são aquelas em que ocorrem sérios desequilíbrios entre as pessoas envolvidas. Geralmente, de um lado, há alguém aparentemente bastante zeloso e responsável; e, de outro, um indivíduo que é exatamente o oposto disso. Assim é o pai que resolve todos os problemas do filho inconsequente; a mulher que suporta as armações do marido em nome da fidelidade conjugal; o trabalhador que carrega nas costas o fardo deixado por um colega negligente. Nesse tipo de relacionamentos, geralmente predomina a falta de limites. E, mais grave ainda é que, com frequência, um dos lados sempre arca com as consequências de escolhas e atos irresponsáveis de alguém que lhe é próximo.
A dificuldade em colocar limites para o outro é um problema para muita gente. As justificativas podem variar um pouco, mas todas apontam numa mesma direção: como o outro vai mudar se não o socorrermos e prestarmos ajuda? De que maneira vai mudar sua atitude e comportamento se deixado sozinho? Com desculpas desse tipo, muitos se tornam codependentes daqueles que se acostumaram a ter alguém sempre resolvendo os problemas criados, mesmo manifestando contrariedade. Relacionamentos assim formam uma espécie de engate, onde um necessita do dano e outro precisa da recriminação. E assim a dependência e a codependência se alimentam, às vezes por toda uma vida.
Impossível deixar de lembrar a parábola do filho pródigo, registrada no evangelho de Lucas. O contexto da época indica que aquele pai da história contada por Jesus não queria dividir a herança dos filhos antes da hora – mas acabou cedendo. O rapaz viveu como bem quis e gastou o dinheiro sem controle nenhum, até ficar sem nada. Contudo, o pai, ainda que saudoso e angustiado pela ausência do filho, nada fez para resolver seu problema. Teve estrutura e recursos internos para aguentar a dor de saber que ele sofreria as consequências das suas próprias escolhas.  E foi justamente a ausência do socorro paterno que permitiu que aquele jovem experimentasse o desespero decorrente de sua própria insensatez.
Na dor da angústia, o rapaz caiu em si e lembrou-se do conforto da casa do pai. Imediatamente, tomou o caminho de volta, arrependido. Consciente de sua falha, resolveu até abrir mão da sua condição de filho e fazer parte da criadagem do pai. A parábola é uma ilustração do amor de Deus para conosco, aquele tipo de amor maduro, que deixa o outro livre para escolher e aprender com suas próprias decisões. O mesmo amor que se dispõe a receber de braços abertos o penitente, desde que haja um verdadeiro arrependimento e disposição para uma nova atitude e um novo comportamento.
Normalmente, pessoas que desenvolveram um comportamento nocivo e irresponsável, quando percebem o fracasso, acusam e culpam os outros por aquilo que é sua responsabilidade. E, enquanto considerar que a culpa é “do outro”, nenhuma pessoa se empenhará para promover mudanças em si mesma. Outros usam de manipulação, ameaçando sonegar afeto e rejeitar os familiares ou parceiros; e há ainda os que agem com agressividade, e às vezes até violência, intimidando e forçando aqueles que os cercam a se submeterem mais facilmente.
Só deixa a codependência quem fortalece a si próprio, preparando-se para enfrentar acusações e julgamentos injustos. É necessário, também, estar pronto para suportar um possível distanciamento, e por vezes até a rejeição, diante da decisão de deixar o outro entregue a si mesmo. E, corajosamente, suportar o mal estar de estabelecer limites, não cedendo a nenhum tipo de pressão que possa vir de quem se tornou dependente, sabendo que há uma chance para a mudança de quem experimenta na própria pele os danos das escolhas erradas.
Certo pai, cansado da falta de responsabilidade do filho – que tinha um péssimo rendimento universitário por conta das noitadas e frequentes bebedeiras – e de fazer tudo o que podia para fazê-lo melhorar, estava a ponto de desistir. Até que um dia, depois de muito refletir, resolveu liberar o filho para fazer suas escolhas. E fez o seguinte discurso: “Meu filho, quero estar do seu lado, mas daqui para frente é você quem vai escolher onde vai desfrutar dessa companhia. Pode ser na sarjeta, no hospital ou na cadeia; também pode ser num trabalho onde se sinta realizado, no banco escolar ou aqui em casa. Só que não vou mais resolver os problemas que você tiver causado a você mesmo. Saiba, contudo, que estarei sempre disponível e por perto. A escolha é sua.”

Escrito por: Esther Carrenho
Extraído de: www.cristianismohoje.com.br

sábado, 10 de novembro de 2012

A Queda de Jerusalém.


Como está deserta a cidade, antes tão cheia de gente! Como se parece com uma viúva, a que antes era grandiosa entre as nações! Lamentações 1.1

As reformas realizadas pelo rei Ezequias e pelo rei Josias não produziram mudanças nem radicais nem duradouras. Jeremias continuava se queixando de que o povo não ouvia a sua voz, preferindo seguir “o raciocínio rebelde dos seus corações maus” (Jr 7.24). O rei Jeoaquim, um dos filhos de Josias, rapidamente desfez a boa obra de seu pai. Construiu um luxuoso palácio para si abusando do trabalho escravo (Jr 22.13-17), e quando foi levado ao palácio um rolo com as palavras de Jeremias para que fosse lido diante dele, ele o cortou e atirou os pedaços num braseiro (Jr 36.21-23).

Enquanto isso, o poderoso império assírio chegava ao fim, com a queda de sua capital, Nínive, nas mãos dos babilônios em 612 a.C. Nabucodonosor, rei da Babilônia, indicou Zedequias, irmão de Jeoaquim, para sucedê-lo no trono de Judá. O novo rei, no entanto, era fraco e indeciso, e “não se humilhou diante do profeta Jeremias, que lhe falava como porta-voz do Senhor” (2Cr 36.12). Ignorando o conselho de Jeremias, ele se rebelou abertamente contra a Babilônia, e como conseqüência, o exército babilônico cercou Jerusalém. A fome se tornou insuportável e em 587-586 a.C. a cidade caiu. Seus muros foram derrubados e transformados em entulho, o majestoso templo de Salomão foi queimado e reduzido a cinzas, e o povo foi levado cativo.

É difícil para nós entender o trauma sofrido pelo povo de Deus com a perda de sua cidade santa e de seu santo templo, o centro da vida da nação. Teria Deus abandonado seu povo? Pela leitura do livro de Lamentações podemos entender um pouco o desespero que tomou conta do povo. Ainda assim, alguns remanescentes piedosos não se desesperaram, antes confiaram em Deus e no caráter imutável de sua aliança:

Todavia, lembro-me
também do que pode me dar esperança:
Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos,
pois as suas misericórdias são inesgotáveis.
Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade.
Lamentações 3.21-23

Leitura recomendada: Lamentações 1.1, 6, 12

>>> Retirado de A Bíblia Toda, O Ano Todo (Editora Ultimato 2007)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Normal e Anormal.


O que é normal? O que é anormal? Quem vai fazer a diferença entre o normal e o anormal? Quem vai preparar a lista do que é normal? Quem vai preparar a lista do que é anormal? Precisamos mesmo dessas listas? 
O normal é aquilo que gostamos de fazer? O normal é aquilo que os formadores de opinião dizem que é? O normal é aquilo que a mídia espalha? O normal é aquilo que a sociedade aprova? O normal é aquilo que o governo oficializa? O normal é aquilo que a igreja tolera? 
É normal engravidar uma adolescente que mal saiu da puberdade? É normal gerar filhos sem a proteção de um lar? 
É normal abandonar o esposo ou a esposa por causa de outro homem ou de outra mulher? É normal deixar o filhinho só com a mãe ou só com o pai, depois da separação? 
É normal seduzir um homem casado ou solteiro e levá-lo pra cama? É normal violentar uma mulher casada ou solteira? É normal abusar sexualmente de uma criança, maltratando-a para sempre? 
É normal deixar o homem o contato natural de mulher e se inflamar com outro homem? É normal deixar a mulher o contato natural do homem e se inflamar com outra mulher? É normal o casamento de homem com homem e de mulher com mulher?
É normal o porte individual de armas de fogo? É normal o crime organizado? É normal a matança organizada? É normal o ódio? É normal a vingança? 
É normal deixar livre o criminoso de colarinho branco e pôr na cadeia o criminoso de cueca? É normal deixar livre o assassino e pôr na cadeia aquele que maltratou um animal ou derrubou uma árvore? 
É normal a concentração de riqueza? É normal a concentração de pobreza? É normal a política econômica do “salve-se quem puder”? É normal os bloqueios econômicos? É normal o imperialismo? 
É normal a lentidão da reforma agrária? É normal a construção da favela? É normal morar debaixo da ponte e das marquises? É normal o consumismo? É normal o desperdício? É normal a proliferação de médicos na orla marítima e nas grandes cidades em detrimento do interior pobre e das nações pobres? 
É normal a mentira? É normal a calúnia? É normal a exploração sensacionalista da vida privada? É normal a tortura? É normal a ditadura? É normal a opressão? É normal a discriminação social, política, racial e religiosa? É normal o fanatismo religioso? 

No texto acima não há afirmativas. Só perguntas. Cinqüenta perguntas ao todo. Responda você mesmo. Uma por uma. Vai ser um exercício formidável de avaliação. E de introspecção. Lembre-se que Deus usa muitas vezes esse método. Ele perguntou a Adão: “Onde estás?”, “Quem te fez saber que estavas nu?”, “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.9-11). Ele perguntou a Caim: “Por que andas irado?”, “Onde está Abel, teu irmão?”, “Que fizeste?” (Gn 4.6-10). Ele perguntou a Elias: “Que fazes aqui, Elias?” (1 Rs 19.9). Ele perguntou a Jonas: “É razoável essa tua ira?” (Jn 4.4). Jesus perguntou à mulher adúltera: “Onde estão aqueles teus acusadores?”, “Ninguém te condenou?” (Jo 8.10). Jesus perguntou a Saulo: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.4). Deus quer que você pense!

Extraído de www.ultimato.com.br – Edição 253

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"ÉS" - Pr. Victorino Silva (1981)



ÉS
Vitorino Silva

És o orvalho que nutre a rosa
És a rosa que enfeita o jardim
És o jardim que ornamenta a campina
És o campo radioso se fim
És um raio de luz entre a sombra
És a sombra suave e fiel
És o manto azulado do espaço
És o braço que me une aos céus

És o sonho ideal da poesia
Que irradia na rima do verso
Na candura do meu dia a dia
O segredo total do universo
És o berço que embala ao que nasce
És a face da alma remida
És degrau para eterna subida
És a vida meu Deus
És a vida

És a ponte que jaz sobre o abismo
És fonte dos mananciais
És o doce barulho das águas
No deserto és descanso de paz
Tú que reinas acima da morte
És o forte que sustenta a cruz
És o norte que orienta os filhos
És o brilho no olhar de Jesus

                                        



terça-feira, 6 de novembro de 2012

Vou Orar Por Você.


Sentei-me à mesa, de frente para minha amiga Susan, olhando no fundo de seus olhos repletos de profunda tristeza e fiquei pensando em como eu poderia ajudá-la. Sua situação era algo fora do meu alcance: ela havia sofrido inesperadas críticas por parte de antigos amigos que frequentavam a congregação que seu marido pastoreava. Eu não tinha palavras para consertar os erros dos outros e nem para diminuir a dor no coração dela. “Sinto muito”, tentei dizer simplesmente. Susan me olhou e pediu que eu orasse por ela. Sem poder oferecer nada mais, prometi me unir a ela no seu projeto de tornar as segundas-feiras o dia de jejum e oração por ela e sua igreja. Mas, após sair do nosso encontro e voltar à minha rotina maluca, será que eu realmente poderia manter minha promessa?
Entrando no silêncio de seu interior… - Muitas vezes, quando encontro alguém com uma necessidade iminente, ofereço a rápida frase “Você está nas minhas orações” sem mesmo pensar se vou manter minha palavra. Orar realmente consistiria em falar com Deus sobre a situação durante o meu dia ocupado, sem que seja apenas cumprir mais um item de minha lista de tarefas. Mas a responsabilidade de orar por outras pessoas merece séria atenção, como indicam os inúmeros exemplos bíblicos.
Moisés falava com Deus regularmente da parte dos israelitas, por causa de seu pecado (Números 21:7). Ester pediu que seu povo jejuasse três dias antes que ela enfrentasse o rei (Ester 4:15-16). Paulo pediu aos membros da igreja primitiva que orassem por seu ministério (Efésios 6:19-20). E Jesus passou a maior parte de seu longo tempo de oração intercedendo apaixonadamente por nós (João 17).
 Intercessão vem das palavras latinas inter (entre) e cedere (ir) – ou seja, uma intervenção ou mediação entre duas partes com o objetivo de reconciliar as diferenças. A chave para a intervenção espiritual é a oração. No livro Tudo para ele, Oswald Chambers chama a oração intercessória de “o ministério do interior” e “o real trabalho de sua vida como alma que já foi salva”. Portanto, precisamos ir além de nossas boas intenções e fazer com que a intercessão seja parte vital de nossa vida na comunidade cristã.
Levantando-se na brecha - Deus nos convida a participar de seu cuidado com seus filhos, mas temos de nos aproximar dele por parte dos outros. Durante a vida do profeta Ezequiel, Deus ansiava por mostrar misericórdia a seu povo através de um intercessor: “Procurei entre eles um homem que erguesse um muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse...” (Ezequiel 22:30). Minha amiga descreve este tipo de oração na brecha como “estender a mão acolhedora para um amigo machucado enquanto seguro minha outra mão na mão firme de Deus. Você faz uma conexão vital”.
 Apesar de minhas orações alcançarem Deus, sem levar em conta seu tamanho ou eloqüência (Mateus 7:7-12; Apocalipse 5:8), elas precisam ir além de simples conversas ou discursos de minha parte, para que sejam conexões a tantos que precisam.
Há algumas semanas, uma amiga perdeu a mãe. Uma mulher grávida que freqüenta meu grupo de estudo bíblico foi abandonada pelo marido. E na semana passada, o marido de outra amiga apontou uma arma para ela. Para estas necessidades, minhas orações parecem ser apenas comparáveis a uma situação onde a casa de meus vizinhos está em chamas e chego com uma garrafa de água para ajudar. Não dou o devido valor à necessidade por não responder ao real significado do problema.
Deus criou a intercessão primeiramente para que pudéssemos responder ao grande problema com uma solução suficiente. Por reconhecer que as chamas de nossa natureza pecadora nos consumiam, ele enviou Jesus, Deus encarnado. Cristo nos ofereceu uma conexão vital: uma de suas mãos estendida a nós e a outra segurando firmemente nossa salvação. Ele não nos deu uma garrafa de água: ele abriu os portais de rios de água viva. E sua intercessão por nós continua: “… Cristo Jesus que morreu, e mais; que ressuscitou e está a direita de Deus, e também intercede por nós” (Romanos 8:34).
Posicionados com um objetivo - Sei que as orações intercessórias de Cristo são eficientes, mas me questiono se as minhas farão alguma diferença. A Bíblia está repleta de exemplos de situações assim e de orações intercessórias transformadoras. Os amigos de Jó obtiveram perdão de Deus depois que Jó orou por eles (Jó 42:8-10). Lázaro ressuscitou da morte quando Jesus pediu aos céus (João 11:41-42). E as portas da prisão se abriram depois que Paulo e Silas louvaram e oraram (Atos 16:25-26).
Ainda assim, todos nós já sentimos muitas vezes que nossas orações foram em vão. Nosso ente querido faleceu, o conflito nunca foi resolvido, a enfermidade permaneceu. Clamei a Deus repetidamente para restaurar a saúde de minha amiga Kate que vive com câncer no pâncreas há quatro anos. Apesar de ter se sentido quase “normal” nos últimos meses, esta semana me telefonou para dizer que os médicos lhe contaram que seu oásis de saúde está secando. Enquanto chorava com ela, muitas questões internas surgiram: Será que preciso orar com mais força? Será que Deus está ouvindo? Qual o objetivo das minhas orações?
A tortuosa jornada da enfermidade era familiar para C.S. Lewis, já que sua esposa Joy sofreu com um câncer, conforme relatado no filme Shadowlands (Terra das sombras), baseado na relação do casal. Em resposta a este casamento de alegria e dor, a personagem de Lewis comenta: “Oro porque não posso evitar: a necessidade flui em mim. Não muda Deus, mas me transforma.”
Talvez o objetivo da oração seja mais um posicionamento do que uma petição. A oração me move, deixo de ser o centro para que Deus e os outros sejam o centro. Tenho orado diariamente por Kate, e passei a enxergar minhas prioridades e meus conflitos relacionais através das lentes de seu câncer. Agora sou grata por estar fisicamente capacitada a ter uma agenda de compromissos em vez de me sentir sufocada com o estresse diário.  Procuro refletir a Graça de Deus aos desconhecidos e sua paciência em relação a meus amados. A intercessão me libertou de ficar absorvida em mim mesma (Gálatas 6:2; Mateus 5:44-45), e me libertou de minha tristeza para que eu pudesse me engajar no ministério.
Faça parte desta experiência - Seguir o exemplo do ministério de Jesus tem um preço. A intercessão que ele fez em nosso favor, posicionando-se entre nós e nossas necessidades, foi algo que consumiu sua própria vida. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos seus amigos”, proclamou Jesus (João 15:13). E, apesar de nossa oração intercessória não ser comparada à oração dele, ela requer sacrifício, que neguemos a nós mesmos, que mudemos nossos hábitos e doemos nosso tempo para levar diante de Deus as necessidades dos outros.
Quando optei por separar as segundas-feiras para orar e jejuar pelas questões de Susan e por sua igreja, não tinha idéia do que estava por vir. Gosto de fazer pelo menos três refeições ao dia. Mas, quando saí de minha zona de conforto, mudei meus compromissos das segundas-feiras e aceitei o desconforto da fome ao me ajoelhar diante de Deus em oração, me descobri inserida no meio da crise de Susan, chorando suas perdas, vivendo sua sensação de impotência, sentindo a dor de suas feridas profundas de decepção e traição.
No entanto, este envolvimento com a vida de Susan através da intercessão, apesar de sacrificial, trouxe também um bônus: tornei-me intimamente conectada com Deus. Enquanto estendia uma de minhas mãos para Susan, estendia a outra mão para que Deus nos fortalecesse. E testemunhei a atuação de Deus no meio da crise: vi sua preocupação, senti sua presença e acreditei em seus propósitos.
Também descobri a motivação para a questão sacrificial, arriscada e muitas vezes exaustiva da intercessão: o amor de Deus (Romanos 8:34, 9:1). Philip Yancey, em seu livro Oração: ela faz alguma diferença?, explica o efeito do amor: “Quando oro por outra pessoa, estou orando para que Deus abra meus olhos para que eu veja aquela pessoa como Deus a vê e então entrar no canal amoroso que Deus já direciona para aquela pessoa. Algo acontece quando oro por outros desta maneira. Levá-los à presença de Deus transforma minhas atitudes em relação a eles e afeta profundamente nosso relacionamento.”
Aprender a amar uns aos outros da maneira que Deus nos ama nos leva a fazer coisas que nunca havíamos considerado. Quando não temos habilidade, nosso coração se enche de bondade. Somos cheios de compaixão quando gostaríamos de ficar omissos. Somos libertos de nossas agendas lotadas quando percebemos que um amigo, ou até um inimigo, precisa de nossa intercessão. E se tememos não ter amor suficiente para esta tarefa, podemos clamar ao Autor do amor para derramar sobre nós amor direto de seu coração para o nosso, conforme nos abrimos para este apaixonante ministério de nos levantarmos em oração na brecha.

Michele Cushatt é professora bíblica, escritora e conferencista. Mora com sua família no Colorado, Estados Unidos.
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