O livro de Jó apresenta várias
atitudes possíveis diante do sofrimento. A própria combinação de autopiedade e
de auto-afirmação demonstrada nas atitudes de Jó deve ser claramente rejeitada,
assim como a recomendação dos seus amigos consoladores para que ele
reconhecesse sua culpa. A atitude sugerida pelo jovem Eliú pode ser considerada
como autodisciplina. Ele representa Deus como um mestre (36.22) que nos fala em
nossa aflição (36.15) a fim de “prevenir o homem das suas más ações e livrá-lo
do orgulho” (33.17). Mas essa explicação também é parcial.
A atitude correta que os
seres humanos devem ter para com Deus é uma atitude de entrega. Deus convidou
Jó a olhar a criação a partir de uma nova perspectiva, e em seguida lhe fez
algumas perguntas: Onde ele estava quando Deus criou a terra? Ele podia
controlar a neve, a tempestade, ou as estrelas? Jó por acaso podia
supervisionar os animais selvagens e os pássaros? Mais do que isso, ele era
capaz de compreender os mistérios e subjugar a força do beemote e do leviatã?
Se para Jó foi sensato
confiar no Deus que revelou sua sabedoria e seu poder através da criação, para
nós é ainda mais sensato confiar nesse mesmo Deus, que revelou seu amor e sua
justiça através da cruz. A confiança se baseia na reconhecida reputação de seu
objeto. E ninguém é mais digno de confiança que o Deus da cruz. A cruz não
resolve o problema do sofrimento, mas faz com que o enxerguemos pela
perspectiva correta.
Assim, precisamos aprender a
subir no monte do Calvário e contemplar lá do alto todas as tragédias da vida.
Deus demonstrou seu amor por nós na cruz (um evento histórico), e nada (nenhum
evento pessoal ou global) pode superar ou sequer se comparar a esse evento.
Retirado de A Bíblia Toda, O Ano Todo (Editora Ultimato 2007)
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