PALAVRAS DE VIDA:

"Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros!." 1 Pedro 4:10

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Quem é Jesus para Você?

Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou: — Quem o povo diz que eu sou? Eles responderam: — Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou. — E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? — perguntou Jesus. Pedro respondeu: — O Messias que Deus enviou. Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou: — O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado. Depois disse a todos: — Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira e ser destruído? Pois, se alguém tiver vergonha de mim e do meu ensinamento, então o Filho do Homem também terá vergonha dessa pessoa, quando ele vier na sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos. Eu afirmo a vocês que estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de ver o Reino de Deus.
Lucas 9.18-27


Quem é Jesus para você? Confesso que nunca gostei das perguntas que terminam em “para você”. Especialmente quando se trata da Bíblia. Afinal, que importa que significa “para você”? Não é mais importante que significa ponto final? Ou seja, a pergunta histórica sempre me parece mais importante que a pergunta existencial. A verdade que existe de facto é mais importante que a verdade que “existe” na minha cabeça (e talvez em mais nenhum outro lugar!). Entretanto, na passagem acima, Jesus faz a pergunta existencial… eventualmente.
Primeiro, ele faz a pergunta histórica: “Quem o povo diz que sou?” E a resposta vem em termos históricos (e bem plausíveis dentro daquele contexto): João Batista (o mais notório profeta da atualidade), Elias (o mais notório profeta da história), ou um dos profetas antigos que ressuscitou (e não um profeta qualquer!). Ou seja, certamente Jesus era alguém grande. Foi então que Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles diziam que ele era. Claro que a pergunta histórica era importante. Claro que importava que ele era, de fato. Mas mais importante ainda era a disposição dos seus discípulos agir e se comprometer a partir das suas conclusões.
Geralmente os comentaristas reparam a resposta de Pedro (o Messias que Deus enviou) mas não a resposta do próprio Jesus (O Filho do Homem que sofrerá muito). Talvez isso seja porque hoje nós atribuímos ao termo “messias” um gama todo de conotações que em retrospectiva atribuimos a Jesus: Filho de Deus, divino, próprio Deus, etc. Mas na época de Jesus, “messias” significava simplesmente “ungido” e muitas pessoas poderiam ser unigidas: sacerdotes, profetas, etc. Se bem que “o Messias que Deus enviou” provavelmente se referia àquela pessoa na linhagem de Davi que Deus enviaria para tirar Israel definitivamente da sua escravidão. Mesmo assim, era uma referência a um ser humano, diferente do Filho do Homem.
Isto cria certa confusão hoje em dia porque “Filho de Deus” parece se referir a uma pessoa divina enquanto “Filho do Homem” parece se referi a uma pessoa humana. Mas no Antigo Testamento era exatamente o contrário. O “Filho de Deus” se referia ao prometido descendente (humano) de Davi enquanto “o Filho do Homem” à figura sobrenatural que acompanhava o Ancião de Dias em Daniel e reinará sobre as nações (Dn 7.13-14). Mais um detalhe: a linguagem sobre o Filho do Homem não cruzava no Antigo Testamento com a linguagem e as passagens que falavam do messias, do Filho de Deus ou do Servo Sofredor (Isaías 53). Entretanto, Jesus radicalmente fez esta associação com o último, o Servo sofredor, ao dizer, “o Filho do Homem terá de sofrer muito…” E aí a gente percebe a importância da “pergunta existencial”…
Pois seguir Jesus não é questão de simplesmente afirmar que ele é quem através de quem Deus cumprirá as suas promessas. Se bem que isto já é grande afirmação! Mas é mais que isto. É entender a maneira pelo qual ele “conquistou o mundo”, por meio do sofrimento. E por derivação, como Jesus próprio avisa, a maneira que os seus seguidores terão que seguir no mesmo caminho, o caminho de sofrimento. Pois assim os seus propósitos se completarão na nossa história e no nosso mundo.
E então… quem é Jesus para você?

Escrito por: Timóteo Carriker.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fazendo o Bem contra as Ondas do Mal.

Nenhum ato de bondade, mesmo que pequeno, é desperdiçado.


A maioria de nós não conhece um tsunami. A ciência explica como um maremoto acontece. Nós, porém, somente sentimos os efeitos desse modo como a natureza age e reage. Apesar disso, os seres humanos conseguem superar essas ondas de morte e encontrar caminhos de sobrevivência, como adaptar-se ao ambiente atingido pela tragédia, reconstruir com criatividade suas casas ou fortalecer a solidariedade.
Continuo acreditando na compaixão dos seres humanos. Ainda há muita sensibilidade quando encontramos dor e sofrimento. Por um lado, fico assustado com algumas ondas que nos afogam: guerras sem fim e genocídios sem controle. Por outro, fico encantado com a capacidade das pessoas para encontrar novos caminhos de preservação de toda a criação. Mesmo limitados, ainda é possível ressuscitarmos pedacinhos da imagem e semelhança de Deus que há dentro de nós.

Ondas do mal
O tsunami é uma pequena ilustração do que ocorre diariamente no mundo. Milhares de pessoas morrem por causa de decisões políticas erradas ou por omissão. Fico decepcionado com estruturas religiosas que, às vezes, servem de apoio para quem pratica o mal. Os fenômenos não-racionais da natureza matam menos do que as ações “inteligentes” dos desumanos.
A fome e a morte de milhões de crianças vêm do abismo de desigualdades entre ricos e pobres — um tipo de “tsunami econômico” cruel. Suas águas formam um rio constante de injustiças. A guru Mata Amritanandamayi doou 23 milhões de dólares para socorrer as vítimas na Ásia. Se doou tudo isso, então qual o seu patrimônio? O piloto Michael Schumacher doou 10 milhões. Não estou condenando a aparente atitude generosa dessas pessoas. Estou apenas ilustrando que diariamente milhares de pessoas morrem por causa da acumulação e da apropriação injusta dos bens que deveriam ser usados para o bem comum.
Há ondas em nossas comunidades que matam tanto quanto o tsunami: a violência familiar, o abandono de crianças inocentes, o descaso com as escolas e os postos de saúde, a exploração do trabalhador, entre outras.

A missão de fazer o bem
Temos uma missão: alcançar pessoas que aceitem os ensinos de Jesus Cristo e, por causa disso, tenham sede de fazer o bem e lutar contra o mal (Rm 12.9, 17, 21). Nossa tarefa é ajudar a construir comunidades unidas, justas e comprometidas com o reino de Deus. Onde devemos fazer missão? Em todo lugar aonde os cidadãos do reino possam chegar. Onde existir um filho, uma filha de Deus, ali já se firmou um espaço para que o Senhor seja revelado. Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Que as nossas vidas, palavras, obras e sinais comuniquem a presença de Deus em comunidade.
Precisamos acender a tocha da esperança contra toda forma de desespero. Devemos abrir os canais para que a justiça corra como um rio em nossas comunidades; erguer a bandeira da paz no meio de tanta violência; viver o amor demonstrado em atos de justiça e misericórdia em favor das vidas ameaçadas pelas ondas escondidas bem perto de nós.
Oro por todos os homens e mulheres que estão engajados na luta contra a morte e o mal que se aproxima, e que cultivam e praticam o bem. Que Deus nos ajude a desvendar os fenômenos escondidos no nosso coração e nas estruturas sociais e políticas. E, mais do que isso, que ele nos dê a capacidade de começar tudo outra vez, apesar da dor e do sofrimento de nossos irmãos e irmãs, longe ou perto de nós.

Carlos Queiroz, casado, dois filhos, é pastor da Igreja de Cristo e leciona missiologia no Seminário Teológico de Fortaleza. É autor de Ser É o Bastante – felicidade à luz do Sermão do Monte (www.ultimato.com.br).
Extraído de: http://www.maosdadas.org – Edição 11

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Nunca Rejeite o Chamado de Deus Para a Sua Vida.


“E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia”. Lucas 14.15-24

Leia com atenção: pense duas vezes antes de recusar um convite de Deus. Aliás, nem pense em rejeitar o chamado que Deus tem para a sua vida.
Enquanto vários irmãos nossos pagaram preços terríveis, até mesmo com a própria vida, para se adequar à vontade de Deus reservada para eles, muitos cristãos tem colocado suas opiniões e convicções na frente da vontade de Deus. Quantos de nós, ao receber algo de Deus para fazer, olhamos primeiro para, se na nossa corrida vida, temos espaço na nossa agenda semanal.
Em todo momento, Deus nos mostra o caminho correto para agradá-lo. Pense você no seu filho. Se você lhe passar uma tarefa, e ver que ele a cumpre com determinação, de maneira correta, com capricho, você vai se agradar disso, e até recompensá-lo, dependendo da situação. E se for o contrário? Se você observar que seu filho faz a tarefa de qualquer maneira, não respeitando o horário determinado, com desinteresse, com desleixo? Com certeza você não vai gostar dessa atitude, e vai mandá-lo repetir a tarefa, explicando a maneira correta de fazer, até que ele faça direito, ou até que termine a sua paciência, e retire dele aquela atribuição.
Agora, pense comigo: se nós pensamos assim, imagina o Senhor? Eu até evito de falar assim nesse espaço, mas tem muitas pessoas nas igrejas que não estão nem aí para a obra de Deus. Não oram, não participam, ficam satisfeitas em ir ao culto de domingo, e passar a semana afundado em orações vazias e louvores cantados sem propósito. Aí, olham frustradas para a vida de outros irmãos que são abençoados, e ficam com inveja deles, e ainda ficam querendo cobrar de Deus alguma coisa, como se tivesse direito de fazer isso. Mas esquecem de perguntar para Deus o que esses irmãos tem feito pelo Reino. Esquecem de observar que esses irmãos estão presentes nos cultos, possuem uma vida de oração, comparecem às reuniões de intercessão, não inventam desculpas para fugir das visitas de evangelismo, etc.
Aprenda isso: Deus sempre espera um resultado de você. Deus não te deu esses talentos para ficarem enterrados no chão. Você é semelhante a uma árvore, e Deus espera que você dê frutos.

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” João 15.1-8

E quando continuamos a dar de ombros para isso tudo? Quais são as consequências? Quer mesmo saber?
Já ouviu falar do profeta Jonas? Deus falou com ele para pregar num lugar, e ele foi para outra direção, em um navio. Sabe o que aconteceu? Deus se irou, e enviou uma tempestade terrível, que só foi acalmada quando ele foi lançado ao mar. Ficou no estômago de um peixe até compreender o que Deus esperava dele.
E Moisés? Deus se revelou para ele, querendo que ele fosse libertador de Israel da terra do Egito, e cada vez que Deus lhe falava alguma coisa, ele colocava um impecílio; Deus se irou e, por pouco, o filho dele não morre (leia Êxodo 4).
Sabe o que eu aprendo? É muito perigoso mexermos com a paciência de Deus. Eis alguns exemplos: Israel tentou a Deus várias vezes no deserto, no caminho para a Terra Prometida, Canaã. E por isso, nenhum dos que o tentaram não conseguiu nem enxergar a terra, morreram ali mesmo no deserto (Números 14.28-32); Coré e outros foram desafiar a autoridade que Deus havia dado por Moisés: foram tragados pela terra (leia Números 16); Ananias e Safira tentaram enganar os apóstolos com ofertas mentirosas: morreram (Atos 5.1-11).
Tenha noção de uma coisa: horrenda coisa é cair na mão do Deus vivo (Hebreus 10.31), porque se você cair nas garras do diabo, Deus vai até lá e te livra do mal, e de Deus, quem pode te livrar?
Pense nisso. Medite. A paciência de Deus em relação às suas ações pode estar se esgotando…

Extraído de: http://vozdodeserto.wordpress.com

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Que Vida Boba!


Não se sabe ao certo quem é o autor do livro de Eclesiastes. Poderia ser Salomão, todavia é mais provável que seja outro sábio bem posterior, que se valeu de sua história, fama e nome. Parece que foi o reformador Martinho Lutero o primeiro a negar a autoria de Salomão. Um dos comentadores de Eclesiastes diz simplesmente que o autor empregou um artifício literário muito comum e colocou suas palavras na boca de Salomão. Nesse caso, o livro teria sido escrito no período pós-exílio, entre 400 e 200 antes de Cristo. Mas uma coisa é certa: o autor de Eclesiastes é um homem muito sábio, vivido, conhecedor da natureza humana, sensível, observador, inconformado, realista, prático e muito religioso.
O livro discorre sobre a vida humana “debaixo do sol” (29 citações) ou “debaixo do céu” (3 citações), isto é, aqui embaixo, na terra, neste mundo. Essa expressão diz respeito à vida no plano físico e não no plano metafísico, no plano secular e não no plano religioso, no plano material e não no plano espiritual, no plano da razão e não no plano da fé, no plano humano e não no plano divino. Não se discute a existência de Deus — ele não é considerado, exista ou não.
Essa completa e concreta alienação sobre Deus gera um tédio insuportável, que leva o autor a dizer repetidas vezes desde o início: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Ec 1.2). Outras versões preferem termos sinônimos: “Tudo é inútil” (NVI), “Tudo é ilusão” (NTLH), “Tudo é fugaz” (EP), “Tudo é terrivelmente frustrante” (BH). Na paráfrase da Bíblia Viva, o autor escreve que a vida é uma “vida boba” (2.23). A expressão “vaidade de vaidades”, que aparece 37 vezes em apenas doze capítulos, funciona como um superlativo, a maneira hebraica de reforçar ou aumentar a intensidade do fato.
Porém, o sábio não se satisfaz e usa outras expressões para deixar o leitor o mais ressabiado, intrigado, possível. Numa delas, afirma que a vida é um eterno “correr atrás do vento” (1.14), “uma caça ao vento” (BP), “uma perseguição ao vento” (TEB) ou simplesmente um “vento que passa” (EPC). Como o vento é o ar em movimento e, quando pára, não mais existe, o ser humano, “debaixo do sol”, nunca se realiza, nunca se acha, nunca pára de correr. Na tradução da CNBB, “correr atrás do vento” é “aflição de espírito”. Em palavras menos simbólicas, “correr atrás do vento” nada mais é que esforço inútil, tempo perdido, quimera. A frase aparece dez vezes em Eclesiastes.
Em outra expressão, o sábio parece mais melancólico ainda e afirma sem acanhamento algum que a vida “não faz sentido” (2.19; 4.16; 5.10; 8.10 e 14; 9.9; 11.8). Em outra passagem, ele diz que é “tudo sem sentido” ou, “nada faz sentido” (12.8). Também diz que a vida “é um absurdo e uma grande injustiça” (2.21, NVI). A Bíblia do Peregrino, a Bíblia de Jerusalém e a Edição Pastoral Catequética usam uma expressão muito mais forte: “[A vida] é uma grande desgraça”!
O livro de Eclesiastes pode parecer um pavoroso manual de pessimismo. Veja, por exemplo, os seguintes pronunciamentos: “Quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento” (1.18); “Os mortos [são] mais felizes do que os vivos, pois estes ainda têm que viver!” (4.2) e “É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa” (7.2). Mas, na verdade, o propósito do livro é mostrar a causa e a cura para o pessimismo. Este aparece e cresce quando as pessoas pensam somente em si mesmas, de forma egoísta e não altruísta. O pessimismo acaba tomando conta das pessoas que desconsideram Deus e vivem às suas próprias custas e a seu bel-prazer. O pessimismo torna-se insuportável quando as pessoas se espremem entre o nascimento e a morte e rejeitam qualquer idéia de vida após a morte.
Para ensinar que a vida é boba, o Sábio gasta muito tempo contando suas experiências equivocadas que a tornaram boba. Para ensinar que a vida pode deixar de ser boba, o Sábio aponta o equívoco-mor: “Separado de Deus, quem pode alegrar-se?” (2.29, RA).
Na verdade, todas as belezas da vida perdem sua fragrância e significado quando o homem coloca Deus de lado e não mais cogita sobre ele.
Definitivamente a vida deixa de ser boba quando é vivida em sua plenitude acima e abaixo do sol, no plano metafísico e no plano físico, no plano religioso e no plano secular, no plano da fé e no plano da razão!

Extraído de: Revista Ultimato – Edição 311 – www.ultimato.com.br

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Silêncio de Todos os Tipos.


Há vários tipos de silêncio. Alguns são tidos como sábios. Outros, como necessários para se alcançar a maturidade emocional e espiritual. Mas há também silêncios que revelam dificuldades e bloqueios que podem trazer prejuízo – tanto para quem silencia como para aqueles que vivem ao redor daquele que não se expressa.
O primeiro desses silêncios, e no caso um silêncio prejudicial, é aquele de quem silencia por medo, embora precise falar e tenha o que dizer. Medo de errar, de ofender, de não ser aceito, de sofrer punição. Tal dificuldade em romper o silêncio pode ser conseqüência de várias situações decorrentes da fase de formação do indivíduo. Muitos filhos são proibidos de falar pelos pais. Não podem expressar suas opiniões e idéias; são obrigados a obedecer sem nenhuma explicação e não têm permissão para questionar. Se insistem, são punidos. E ainda há aqueles que são criticados pela forma, pelo tom de voz, pelo ritmo ou pelo jeito com que falam, sendo até ridicularizados por meio de zombarias. Pessoas assim precisam se conscientizar de que cresceram, tornaram-se adultos e podem agora expressar seus pensamentos e desejos.
O segundo tem a ver com a avaliação que cada pessoa faz de si. Muitos se abstêm de falar porque têm vergonha das suas ideias, do que pensam; acreditam que o que têm a dizer não tem valor. Gente assim vive num tipo de esconderijo, ainda que no meio de um ajuntamento. Por causa da autoavaliação distorcida que fazem a respeito de si mesmas, se omitem, não participam e não revelam o potencial e o valor que possuem. Agindo assim, não se mostram, e em muitas situações a habilidade que possuem não é vista. Deixam, portanto, de cooperar para possíveis transformações no ambiente em que vivem.
Um outro tipo de silêncio é aquele que surge quando o assunto a ser abordado é tão dolorido e difícil de ser expressado que a pessoa não consegue falar. A dor emocional é tão grande que só lhe resta silenciar, sufocada. Tal sofrimento é o resultado de alguma mágoa, ofensa, experiência ou uma situação não resolvida da sua história. A melhor forma de vencer este bloqueio é lidar, em primeiro lugar, com as memórias doloridas de que se tem lembrança. Ou seja, é necessário, antes de tudo, expressar toda a fala referente àquele assunto para tornar possível um esvaziamento da dor acumulada. Nesse processo, o indivíduo terá a oportunidade de fortalecer seus recursos internos e expressar o que tem em mente, sem se deixar engolir pela mudez emocional.
O quarto tipo de silêncio é aquele que surge como retaliação ao interlocutor. Trata-se de situação comum entre cônjuges ou membros de uma mesma família ou grupo de pessoas próximas. A pessoa sabe que devia falar, mas silencia como punição ao outro. O uso da vingança pelo silêncio impede que a comunicação se estabeleça na solução de diferenças, conflitos e ofensas entre as pessoas que convivem entre si. E a consequência é óbvia – os problemas que prejudicam o relacionamento não são resolvidos.
Mas há também o silêncio, que chamo de sábio, que surge por simples escolha. Muitas pessoas sabem o que falar, acreditam em si mesmas e não têm medo do interlocutor, mas ainda assim escolhem silenciar – ou porque julgam que o momento não é adequado para se expressar, ou porque temem que o que for falado será usado como arma contra elas mesmas. Isso, sem falar naquelas situações em que o falante percebe que seus ouvintes não estão interessados no que ele tem, pode e sabe falar. Quantos de nós já não passaram pela situação incômoda de perceber que ninguém à nossa volta dá a mínima atenção ao que dizemos e que o melhor seria nem ter começado o assunto?
O último tipo de silêncio é aquele de quem não se preocupa se tem ou não o que falar; apenas silencia para escutar o outro, ao mesmo tempo em que escuta também a si mesmo. Rubem Alves, em seu livro O amor que acende a lua, escreve exatamente sobre isso. Diz o escritor que há muitos cursos sobre oratória, mas nenhum de nós se preocupa em aprender a arte de escutar. O apóstolo Tiago já nos alertava, em sua epístola, para sermos “prontos para ouvir e tardios para falar”. E os escritores do Antigo Testamento, em várias ocasiões, usam o termo hebraico shemah em relação ao convite que Deus faz ao povo de Israel para escutá-lo. Ora, não se pode escutar nada de não houver silêncio.
Que possamos nos expressar livre e corajosamente quando se fizer necessário em toda e qualquer situação. Mas que possamos, também, escolher o silêncio para ouvir da melhor maneira possível – e, principalmente, que saibamos silenciar quando falar não for conveniente.

Escrito por: Esther Carrenho.
Extraído de: www.cristianismohoje.com.br

domingo, 19 de agosto de 2012

"Mais Perto Quero Estar" - HC 187

HISTÓRIA

Durante muitos anos, somente os homens escreviam hinos, mas, pouco a pouco, as mulheres também começaram a usar o seu talento poético e, hoje, temos muitos hinos escritos por mulheres consagradas a Deus e ao Seu trabalho. Mas, um dos mais conhecidos em todo o mundo foi o hino escrito por Sarah Flower Adams (1805-1848). Trata-se do hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti". Preferido pela Rainha Vitória, por Theodore Roosevelt, pelo Rei Edward VII e muitos outros.
Foi no ano de 1841 que esta senhora, que estudava muito a Bíblia, ficou tão impressionada com a história relatada no livro de Gênesis (capítulo 28:11 e 12) sobre a visão de Jacó, em Betel, e a escada que alcançava o céu, e os anjos que subiam e desciam por ela, que, inspirada naquela passagem bíblica, resolveu escrever este hino que mais tarde se tornou universalmente conhecido.
.A música deste hino foi feita pelo conhecido compositor sacro Lowell Mason, autor de inúmeras outras músicas e que se tornou famoso pelos seus excelentes trabalhos. Certa noite, em 1856, depois de ficar um certo tempo deitado num quarto escuro, olhos bem abertos, em pleno silêncio, recebeu a inspiração da música deste hino e logo na manhã seguinte resolveu escrever as notas desta melodia que recebeu o nome de "Bethany". Apareceu, pela primeira vez, em "Sabbath Hymns and Tune Book" (Livro de Cânticos e Hinos para o Dia do Senhor), em 1859.
Dizem que, quando os turistas cristãos visitam a Palestina, em chegando a este lugar, Betel (hoje Bira, um território da Jordânia), param e cantam este hino, evocando os acontecimentos impressionantes experimentados por Jacó.
.As palavras deste hino tem sido um grande auxílio e um grande conforto para muitos crentes em tempos de dificuldades. É impossível esquecermos o terrível desastre com o grande transatlântico "TITANIC" nos primeiros anos deste século. Era a sua viagem inaugural; grandes personagens viajavam nele; viajava, também, um grupo de peregrinos, crentes da Europa com destino à nova terra (EUA). Mais de mil vidas se perderam naquela ocasião. E contam que, quando o grande navio estava soçobrando, tinha-se a impressão de que ia haver um pânico geral; porém, a orquestra de bordo começou a tocar o hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti" e, imediatamente, foi presenciado um espetáculo comovedor: os crentes e outros tripulantes, dando as mãos uns aos outros, começaram a cantar também o hino à medida que o navio ia afundando!
Dentre as muitas estórias que contam a respeito deste hino, uma outra estória refere-se ao presidente americano William McKinley, assassinado em 1901. O médico que o atendeu no seu leito de morte relata que, dentre as suas últimas palavras pronunciadas, destaca-se: "Mais perto, meu Deus, de Ti. ´Inda que seja a cruz. Tem sido minha constante oração". Na tarde de 13 de Setembro de 1901, depois de cinco minutos de silêncio por todo o país, a banda tocou esta melodia no Madison Square Garden na cidade de Nova Iorque, em memória do presidente falecido.
Este hino também foi tocado no cemitério de Lakeview em Cleveland estado de Ohio, no enterro de outro presidente americano assassinado, James Garfield.

André Valadão

LETRA

MAIS PERTO QUERO ESTAR

Letra: Sarah Flower Adams, 1841
Música: Lowell Mason, 1856 - Bethany (Mason)
Tradução: João Gomes da Rocha

1
Mais perto quero estar
Meu Deus, de Ti!
Inda que seja a dor
Que me una a Ti,
Sempre hei de suplicar
Mais perto quero estar
Mais perto quero estar
Meu Deus, de Ti!

2
Andando triste, aqui
Na solidão,
Paz e descanso a mim
Teus braços dão;
Nas trevas vou sonhar,
Maia perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus, de Ti!

3
Minh'alma cantará
A Ti, Senhor!
E em Betel alçará
Padrão de amor,
Eu sempre hei de rogar
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus, de Ti!

4
E, quando Cristo, enfim,
Me vier chamar,
Nos céus com serafins,
Irei morar.
Então me alegrarei
Perto de Ti, meu Rei.
Perto de TI, meu Rei,
Meus Deus, de Ti!


NEARER, MY GOD, TO THEE

1.
Nearer, my God, to Thee, nearer to Thee!
E’en though it be a cross that raiseth me,
Still all my song shall be, nearer, my God, to Thee.

Refrain
Nearer, my God, to Thee,
Nearer to Thee!

2.
There let the way appear, steps unto Heav’n;
All that Thou sendest me, in mercy given;
Angels to beckon me nearer, my God, to Thee.

3.
Then, with my waking thoughts bright with Thy praise,
Out of my stony griefs Bethel I’ll raise;
So by my woes to be nearer, my God, to Thee.

4.
Or, if on joyful wing cleaving the sky,
Sun, moon, and stars forgot, upward I’ll fly,
Still all my song shall be, nearer, my God, to Thee.

5.
There in my Father’s home, safe and at rest,
There in my Savior’s love, perfectly blest;
Age after age to be, nearer my God to Thee.


Extraído de: http://harpacrista-fragmentos.blogspot.com.br