Se a música faz parte do nosso
ambiente, surge a questão: Que influência ela exerce sobre nós? Primeiro, precisamos fazer uma distinção
entre música ao vivo e música tocada no rádio ou gramofone. Há uma grande diferença
entre ouvir uma gravação e estar em uma apresentação ao vivo. Uma pessoa pode
ouvir o rádio o dia inteiro, mas talvez não consiga ouvir uma banda durante
todo esse tempo, especialmente se essa pessoa não se sentir à vontade com o
tipo de música tocada. Assim, a música ao vivo tem um impacto muito mais forte.
Não devemos exagerar a influência
da música. Ela não é tão grande. Quando ouvimos um disco moderno, não nos
submetemos a uma lavagem cerebral e passamos a pensar como pessoas modernas.
Por outro lado, a música tem um impacto e é importante considerarmos o tipo
de música que ouvimos. De fato, pensar
que a música ou um filme não nos afeta de modo algum não é ser otimista, mas
ser muito pessimista. Pense nisso: alguém tem uma grande ideia. cria um roteiro
cinematográfico e levanta recursos na ordem de milhões de dólares. Em seguida,
muitas pessoas trabalham duro durante um ano inteiro e, finalmente, o filme vem
às telas. Você acha que todas aquelas pessoas estariam dispostas a desperdiçar
suor, sangue e lágrimas se não fosse para o filme ter nenhum impacto sobre as
pessoas? Filmes devem causar impacto mesmo. O Dr. Schaeffer sempre cita este
poema japonês:
Ele pulou na água e não causou
ondas.
Isto é Zen-Budismo. Mas como
cristão, eu digo: “Você pula na água e – quer queira, quer não – causa ondas.”
Todos causamos ondas porque a vida humana é significativa.
Claro, alguns tipos de música são
mais influentes que outros e a influência também varia de acordo com diferentes
pessoas. Conheço uma pessoa que desperdiçou a metade de um ano no cenário das
drogas. Mas já faz quatro ou cinco anos que ele se afastou delas. Ele me disse:
“Se eu ouvir um disco do Pink Floyd, ele tem um efeito imediato em mim: Não
tomo mais banho; não arrumo o quarto; fico na cama pela manhã e tenho que fazer
um esforço descomunal para me por de pé novamente; isso leva vários dias.” A
música do Pink Floyd tem uma influência muito forte sobre esse indivíduo em
particular por ele ter participado do mundo dos entorpecentes. Talvez outra
pessoa não assimile esse tipo de música de forma tão impactante justamente por
não ter as mesmas associações. As músicas que mais apreciamos e com as quais
nos identificamos são aquelas que mais nos influenciam. Por isso precisamos ser cautelosos e devemos
praticar a autodisciplina. Mas não devemos fazer regras gerais. Não podemos
dizer “Isto é bom e isto é mau.” Nosso chamado pode também desempenhar um
importante papel nesse sentido: se quisermos conhecer e compreender outra
pessoa, talvez seja preciso que ouçamos as músicas que ela ouve. Somos livres
para escolher a música que queremos ouvir, contudo devemos ser responsáveis por
nossas escolhas. Se certos livros, imagens ou músicas nos levam para uma
direção pecaminosa, é melhor deixá-los de lado. Algumas pessoas conseguem ler
coisas consideradas muito fortes para outras pessoas e vice-versa. Portanto,
cada indivíduo tem sua própria responsabilidade. A questão a se fazer diante de
Deus é esta: Essas coisas convêm? Mas isso não é simplesmente uma questão de
obedecer regras. Foi por essa razão que Paulo ensinou: “Ponde tudo à prova.
Retende o que é bom.”
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Texto: Hans Rookmaaker
Tradução:
Alex Fontes.
Revisão e
Adaptação: Fernando Guarany Jr.
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