Em 1500 quando os portugueses
chegaram ao Brasil, mais de 5 milhões de índios viviam aqui. Apesar disso,
segundo os últimos levantamentos o seu número hoje chega somente a 360 mil. Por
esta péssima situação, se despertou a consciência de que era preciso preservar
o povo restante. A situação hoje, embora ainda preocupante, melhorou. A
população indígena apresenta uma taxa de crescimento anual de 3,5%, bem mais
alta que a média nacional. Apesar de pequeno, este segmento da sociedade
brasileira ocupa áreas demarcadas que equivalem a 11% do território nacional
dividido em 245 nações. Os índios brasileiros falam cerca de 185 línguas
diferentes. Na época do descobrimento, eram 900 povos e mil e trezentos
idiomas.
Em 1912 registraram-se os
primeiros frutos concretos da ação missionária evangélica entre os indígenas no
Brasil, com o povo Terena. Foi o início do que o antropólogo e missionário
brasileiro Isaac Costa de Souza chamou de “primeira onda missionária”, o
movimento das missões estrangeiras. A partir de 1925 viria a “segunda onda”,
protagonizada por missionários nacionais e agências brasileiras. A mais recente
é a “terceira onda” ou “onda indígena”, iniciada na década de 80 e
caracterizada pela valorização dos indígenas como atores na evangelização.
“O que bem caracteriza essa
terceira onda é a aproximação entre líderes evangélicos indígenas. As igrejas
indígenas têm contribuído para a evangelização entre os próprios parentes,
graças ao esforço das ondas anteriores”, diz Ricardo Poquiviqui Terena, pastor
e secretário executivo da Missão Indígena UNIEDAS.
“Testemunhamos um crescimento
inédito em termos de evangelização dos povos indígenas no Brasil. Este avanço
foi alavancado por vários movimentos missionários entre as agências que
trabalham em muitos campos indígenas, sejam elas de acesso fácil ou não”, afirmam
Henrique Terena e Joshua H. Chang, no prefácio do livro comemorativo “CONPLEI
-- Movimento da 3ª onda missionária”.
Nos últimos 10 anos uma série de
medidas vem restringindo cada vez mais as atividades do setor evangélico no
Brasil. Além disso, a articulação de intelectuais e estudiosos, com a
repercussão na mídia, tem fomentado um sentimento hostil às organizações
missionárias. Obviamente, é hora da igreja erguer a voz e agir positivamente
para que o evangelho não seja impedido de penetrar as trevas de lugares sem o
conhecimento de Cristo.
O Conselho Nacional de Pastores e
Líderes Evangélicos Indígenas, CONPLEI, nasceu do sonho de pastores e
líderes evangélicos indígenas que ardiam com a visão e paixão de ver Deus
glorificado entre as tribos do Brasil. No dia 22 de Março de 1991, na sede da
Sociedade Bíblica em Brasília, aconteceu a primeira reunião do CONPLEI, sendo
eleitos dois coordenadores gerais, Carlos Justino Terena e Idjarruri Karajé.
A igreja evangélica indígena comemora
neste ano o centenário de trabalho missionário no Brasil. Para isso, o 7º
Congresso Nacional do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes
Evangélicos Indígenas), que acontece de 18 a 22 de julho, espera reunir 5 mil
pessoas, a maioria indígenas, em Chapada dos Guimarães, MT. A maior parte da
programação -- que inclui devocionais, palestras, música, testemunhos e
esportes -- será conduzida pelos próprios indígenas.
Extraído do site: www.ultimato.com.br
e www.conplei.org.br
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