Um artigo recentemente publicado
na revista americana Time chamou a atenção para uma oportunidade de negócio
bastante atraente para a época em que estamos vivendo: a indústria do sono.
“Insônia: um negócio em crescimento”, dizia a manchete. A população, que em sua
maioria, vive privada do sono, constitui um mercado maduro.
O “negócio do sono”, como já é conhecido, está em franca expansão,
apesar da economia lenta, e já soma um montante de mais de 32 bilhões de
dólares nos Estados Unidos. De medicamentos a colchões e até velas, essa
indústria promete fornecer tudo o que a pessoa insone precisa.
A maioria de nós acredita que precisa apenas de umas poucas horas de
sono para enfrentar um dia inteiro de trabalho e se dedicar ao que é realmente
importante: produzir e correr atrás dos sonhos.
O fato é que o sono é essencial para o bom funcionamento de nossos
corpos e mentes. Estudos mostram que o déficit de sono retarda o pensamento,
compromete a memória, dificulta o aprendizado, causa irritabilidade e dificulta
o desenvolvimento de bons hábitos, como a boa alimentação e o exercício físico.
A insônia também aumenta os riscos de depressão e ansiedade.
A privação do sono afeta nosso julgamento e concentração e também está
associada ao abuso de substâncias. Está ligada também ao aumento de riscos em
acidentes de trânsito, obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
Nossas atividades ao longo do dia têm uma importante relação com a
qualidade do nosso sono. A alimentação,
os níveis de estresse e as preocupações afetam nosso descanso à noite. Recentes
pesquisas mostram que até mesmo a tela do computador ou da televisão, pouco
tempo antes de dormir, pode causar insônia.
As necessidades de sono variam de pessoa para pessoa, mas de acordo com
especialistas, uma pessoa adulta precisa, de pelo menos, sete a nove horas de
sono por noite. Quase dois terços das pessoas entrevistadas afirmaram que não
dormem a quantidade de horas necessárias durante a semana. É aí que está a
oportunidade para o negócio.
O sono se tornou um negócio, em parte porque não enxergamos sua relação
com o tempo em que passamos acordados. Muitos de nós o consideramos uma
interrupção forçada de nossas vidas produtivas. Quando sentimos sono, nos
forçamos a não nos entregar a ele, até que terminemos nossas tarefas. No
entanto, ironicamente, a abstinência do sono diminui nossa produtividade.
Essa suposta separação entre o sono e as horas produtivas é um tanto
falsa. Afinal de contas, ambos os momentos fazem parte de nossas vidas. Acaso
ofereceríamos a Deus o trabalho que realizamos quando estamos acordados e
eliminaríamos nosso tempo de sono como sendo algo indigno de Sua atenção?
Talvez o sono não se trate apenas de um combustível para nos ajudar a cumprir o
trabalho que Deus nos chamou para fazer aqui na terra. Talvez ele seja parte
desse trabalho.
Fomos criados por Deus, com mais do que uma necessidade de descanso,
fomos criados com uma capacidade incrível para isso – a maioria de nós precisa
passar um terço de nossas vidas dormindo. Seria toda essa quantidade de sono,
um desperdício? Um luxo ao qual não podemos nos dar? Um paraíso para os
preguiçosos? Ou seria uma expressão de nossa humanidade, um ato de submissão a
Deus, uma celebração de Sua criação? Poderia ter valor em si mesmo?
A Bíblia retrata frequentemente o sono como um reflexo do nosso
relacionamento com Deus. O sono é...
Um ato de confiança:
“Em paz também me deitarei e
dormirei, porque só tu, SENHOR, me fazes habitar em segurança” (Salmos 4:8).
Um ato de humildade:
“Inútil vos será levantar de
madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus
amados o sono” (Salmos 127:2).
Uma celebração da bênção de Deus:
“Quando te deitares, não temerás;
ao contrário, o teu sono será suave ao te deitares. Não temas o pavor
repentino, nem a investida dos perversos quando vier. Porque o SENHOR será a
tua esperança; guardará os teus pés de serem capturados” (Provérbios 3:24-26).
Uma posição de receptividade:
“E, tendo eles se retirado, eis
que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o
menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga;
porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Mateus 2:13).
Uma distinção entre Deus e nós:
“Não deixará vacilar o teu pé;
aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o
guarda de Israel” (Salmos 121:3-4).
O sono não é inútil. É algo crítico e ativo – não podemos, literalmente,
viver sem ele. Quando dormimos, descansamos. Relaxamos nossos músculos.
Sonhamos e geramos ideias. Solidificamos e retemos memórias. Nossa imunidade é
reforçada. Nossos corpos são restaurados e curados. Trata-se, também, de um
momento em que deixamos o controle de lado e nos colocamos nas mãos de Deus. O
sono pode ter ainda mais benefícios que ainda não conhecemos – trata-se de algo
misterioso para a ciência.
Apesar de não compreendermos totalmente nossa necessidade de sono, não
podemos simplesmente dispensa-lo. Em vez disso, devemos tentar enxerga-lo de
forma diferente. Trata-se de um ato de fé em uma vida conturbada, ato que honra
nosso Criador e faz parte do nosso propósito na terra. O aspecto mais
importante do sono é que ele faz parte de uma vida inteira consagrada Àquele
que nunca dorme.
Escrito por: Amy Simpson
Traduzido por Julia Ramalho
Extraído de: www.cristianismohoje.com.br
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